Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Isabel Maria Pires Barbedo Professora Sintra, Portugal 1K

Numa ficha de 11.º ano vi o seguinte:

«Na frase "O silêncio assume a mesma importância QUE pode ter a música" (linha 27) o constituinte sublinhado é ( o constituinte sublinhado é QUE) (A) uma conjunção. (B) um determinante. (C) um pronome. (D) uma preposição.»

Na correção afirmam que o constituinte «que» é um determinante... Confesso que não entendo.

Gostaria, por obséquio, que me ajudassem a entender. Sei que pode assumir a classe de nome, preposição, pronome, partícula de realce, mas de determinante não consigo ver.

Muito obrigada!

Kamila Rocha Pedagoga Aparecida de Goiânia, Brasil 15K

Vi no cursinho que durante, mediante, senão e salvo podem ser considerados preposições acidentais.

Eu sei que segundo pode ser representado um numeral (2.º) e uma preposição ao ligar palavras («segundo ele, estamos bem»).

Mas qual a outra classe gramatical dessas quatro palavras acima? Seriam substantivos? Não consegui encontrá-las em nenhuma outra classe para fazer a comparação.

Obrigada.

Maria Martins Professora PLE Portugal 2K

O pronome pessoal se pode ter vários valores. Relativamente ao valor reflexo, sabemos que a ação cai sobre quem a praticou, por isso, verbos como vestiu-se, lava-se, deitar-se, etc., são fáceis de identificar. Sei também que a expressão «a si mesmo/próprio» é uma boa maneira de identificação.

A minha questão é sobre o que se passa em outros verbos, por exemplo, cruzar-se, intromete-se ou apercebeu-se.

A frase «Ele intromete-se (a si próprio) na vidas das outras pessoas» não me parece descabida de todo, no entanto, num livro de exercícios de gramática que estou a usar indicam que este se não tem valor reflexo, assim como nos outros verbos que mencionei.

Há alguma outra maneira de identificar mais facilmente o valor do pronome pessoal se?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

Quanto à questão formulada por Natanael Estêvão, em 4/3/2022, foi dito, ao final da resposta, que «esta construção será preferencial à que se apresenta na pergunta, pois não causa a estranheza da primeira». A par da estranheza, pergunto: seria a construção também agramatical, configurando uma exceção? Creio ser essa a dúvida de Natanael.

A propósito, nos exemplos dados pelo citado consulente, pode-se também lançar mão do recurso de usar a expressão «o fato de»: «apesar de o homem ter morrido...» (apesar do fato de o homem ter morrido); «o maior problema está em isso fugir do nosso controle (o maior problema está no fato de isso fugir do nosso controle). Portanto, pode-se imaginar uma elipse em todos os casos, contornando as contrações.

Obrigado.

Guilherme Roda de Miranda Escrevente técnico Santos, Brasil 8K

Qual(is) a(s) regência(s) do verbo intimar?

É aceita a forma «intimar alguém algo», ou sempre há o objeto indireto quando esse verbo apresenta transitividade?

Vocês podem me informar em quais livros tenho acesso a regências verbais?

Maria da Graça Mendes Professora Coimbra, Portugal 8K

Diz-se «alguém tomou da palavra» no sentido de «intervir», ou «alguém tomou de palavra» ou «alguém tomou a palavra»?

Arthur Betim Estudante Brasil 4K

Desejo saber se é gramaticalmente aceito em Portugal «enquanto me dirigia-lhe».

Sei que é válida a soma de pronomes oblíquos como em «deparou-se-me» ou «agradecer-to-ei», coisa que não é válida no Brasil.

No entanto, a presença de enquanto antes do pronome oblíquo me exige a próclise. Assim, qual das possibilidades é verdadeira?

1. Enquanto lhe dirigia-me.

2. Enquanto lhe me dirigia.

3. Enquanto me lhe dirigia.

4. Enquanto me dirigia-lhe.

5. Enquanto me dirigia a ela.

Felicíssimo pela atenção da equipe do Ciberdúvidas. Sempre me ajudam prontamente quando necessito.

Natanael Estevão Estudante Brasil 4K

Sabendo-se que contrações não devem ser realizadas quando uma preposição está se referindo a um verbo no infinitivo – «apesar DE O [em vez de do] homem ter morrido, todos permaneceram lá»; «o maior problema está EM ISSO (em vez de nisso) fugir do nosso controle» –, é possível que, no mesmo sentido, uma crase se torne um «a a»?

Por exemplo:

– [A professora subestimou minhas habilidades.] Como respondi "à" professora tê-las subestimado? Aperfeiçoei-as mais ainda.

– [A professora subestimou minhas habilidades.] Como respondi "a a" professora tê-las subestimado? Aperfeiçoei-as mais ainda.

Raquel Santos Estudante Porto, Espanha 3K

[...] Na seguinte frase usa-se a preposição para em vez de a:

«Com a democratização do ensino, a escola deixou de ser um espaço restrito para classes mais baixas.»

O que significa esta frase? Que antes a escola era para as classes mais altas? Ou para as classes mais baixas? Pelo conhecimento do mundo, sabemos qual a resposta, mas não sei se o uso de «restringido para» traduz essa ideia. A ideia transmitida seria a mesma se se usasse a preposição a («restringido a»)?

«Com a democratização do ensino, a escola deixou de ser um espaço restrito a classes mais baixas.»

Muito obrigada pelos esclarecimentos e pelo vosso magnífico trabalho!

Diogo M. Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 4K

Devemos dizer e escrever «ter pressa de» ou «em»? Por exemplo: «Tenho pressa de/em publicar este livro.

Obrigado.