Diz-se «alguém tomou da palavra» no sentido de «intervir», ou «alguém tomou de palavra» ou «alguém tomou a palavra»?
Desejo saber se é gramaticalmente aceito em Portugal «enquanto me dirigia-lhe».
Sei que é válida a soma de pronomes oblíquos como em «deparou-se-me» ou «agradecer-to-ei», coisa que não é válida no Brasil.
No entanto, a presença de enquanto antes do pronome oblíquo me exige a próclise. Assim, qual das possibilidades é verdadeira?
1. Enquanto lhe dirigia-me.
2. Enquanto lhe me dirigia.
3. Enquanto me lhe dirigia.
4. Enquanto me dirigia-lhe.
5. Enquanto me dirigia a ela.
Felicíssimo pela atenção da equipe do Ciberdúvidas. Sempre me ajudam prontamente quando necessito.
Sabendo-se que contrações não devem ser realizadas quando uma preposição está se referindo a um verbo no infinitivo – «apesar DE O [em vez de do] homem ter morrido, todos permaneceram lá»; «o maior problema está EM ISSO (em vez de nisso) fugir do nosso controle» –, é possível que, no mesmo sentido, uma crase se torne um «a a»?
Por exemplo:
– [A professora subestimou minhas habilidades.] Como respondi "à" professora tê-las subestimado? Aperfeiçoei-as mais ainda.
– [A professora subestimou minhas habilidades.] Como respondi "a a" professora tê-las subestimado? Aperfeiçoei-as mais ainda.
[...] Na seguinte frase usa-se a preposição para em vez de a:
«Com a democratização do ensino, a escola deixou de ser um espaço restrito para classes mais baixas.»
O que significa esta frase? Que antes a escola era para as classes mais altas? Ou para as classes mais baixas? Pelo conhecimento do mundo, sabemos qual a resposta, mas não sei se o uso de «restringido para» traduz essa ideia. A ideia transmitida seria a mesma se se usasse a preposição a («restringido a»)?
«Com a democratização do ensino, a escola deixou de ser um espaço restrito a classes mais baixas.»
Muito obrigada pelos esclarecimentos e pelo vosso magnífico trabalho!
Devemos dizer e escrever «ter pressa de» ou «em»? Por exemplo: «Tenho pressa de/em publicar este livro.
Obrigado.
Ensino o Português a Estrangeiros e muitos alunos estão a aprender o conjuntivo. Em todas as gramáticas para este fim, a conjunção se é seguida por um futuro do conjuntivo em situações como a seguinte: «Se não houver ajuda, é/será tudo mais difícil.»
No entanto, ouço repetidamente na televisão o uso do presente do indicativo em situações deste género. Ex: «Se não há coordenação, há de facto mais problemas.»
Estas duas frases estão corretas? Como interpretar isto?
Agradeço antecipadamente a vossa resposta à minha dúvida. Muito obrigada pelo vosso trabalho. Recorro frequentemente à vossa página para esclarecer as minhas dúvidas.
Examine-se o seguinte excerto:
«Usei a esperteza para defender o meu leito conjugal. Conheço umas palavras que valem por uma senha. É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade...»
Quanto ao período «É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade», supondo-se que seja composto por subordinação, como classificar as orações? Qual delas é a principal?
Se se considerar a primeira como condicional equivalendo a «se eu disser essas palavras», a principal seria a outra. Mas também se pode tomar a primeira como principal, classificando-se a segunda como subordinada consecutiva, já que se pode perceber ideia de consequência nessa oração.
Obrigado.
«O Chile propôs-se tornar-se o país mais barato do mundo» será, no meu entender, uma frase incorreta, uma vez que não necessitaria ser utilizado o primeiro -se, mas há quem insista que está correto. Está correto, ou não? Qual a regra a aplicar?
Obrigado.
Posso iniciar a frase com preposição em antes de adjetivos como referente?
Por exemplo: «Em referente à paciente Maria Alves, fizemos o cadastro da mesma...» ou, no caso, a frase acima estaria incorreta, optando pela construção de: «Referente à paciente Maria Alves, fizemos o cadastro da mesma...»
Gostava que, se possível, me explicassem duas dúvidas. Na frase:
«61% dos portugueses não leram um só livro no último ano.»
– O verbo ler deve estar no plural, como está, ou deveria estar no singular (leu) uma vez que o sujeito é 61%?
– O uso do só nesta frase está correto (no sentido de «único») ou no fundo faz com que o sentido da frase seja exatamente o oposto do que o jornalista quer dizer que seria: «61% dos portugueses leram somente um livro.»
Espero não ter sido confusa. No fundo queria saber se a forma verbal e o uso de só estão corretos nesta frase.
Muito obrigada e obrigada por nos ajudarem a entender melhor a nossa língua.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações