Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Paulo Castro Editor e jornalista Brasília, Brasil 2K

Gostaria de saber qual seria a regência nominal correta para o predicativo intocável.

O correto seria «sentir-se intocável aos problemas do mundo» ou «sentir-se intocável pelos problemas do mundo»?

Desde já, com meus votos de estima e consideração ao trabalho inestimável prestado por vocês, meu muito obrigado.

Fábio Morgado Formador Lisboa, Portugal 1K

A frase em questão é:

«Memórias de quem se emociona porque sabe o que é sem ela viver.»

A oração «(de) quem se emociona» desempenha a função de complemento do nome pela ligação estabelecida com o nome/grupo nominal «memórias».

A minha questão prende-se com a classificação da oração.

Sendo introduzida pelo pronome relativo (sem antecedente) quem deveria ser classificada como substantiva relativa; contudo, atendendo à função sintática que desempenha, deveria ser classificada como substantiva completiva uma vez que as substantivas relativas não desempenham, até onde sei, essa função sintática? E como podemos justificá-lo?

Obrigado.

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 4K

Dizemos «A mãe agarrou o menino» ou «A mãe agarrou no menino»? E porquê?

Muito obrigado!

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 982

A propósito [de uma condicional de enunciação abordada] em 3/6/2022, acrescento o caso curioso das frases a seguir, em que a condição parece estar posta na oração principal, e não na subordinada iniciada por se:

«Se queres tornar-te culto, procura estudar muito.»

«Se escolhermos este caminho, precisaremos tomar cuidado com os perigos nele ocultos.»

«Se teu objetivo é atingir o ápice na carreira, prepara-te para enfrentar desafios.»

«Se você pretende escrever bem, leia bons autores.»

São também essas orações condicionais de enunciação?

Agradeço desde já a resposta.

Manoel Victor da Silva Rodrigues Designer Bebedouro, Brasil 3K

Em uma caminhada despretensiosa pelas ruas de São Paulo, uma dúvida surgiu ao me deparar com uma placa.

Nas frases «sujeito à guincho» e «proibido estacionar» como podemos classificar o sujeito?

Isabel Moura Auditora Amadora, Portugal 2K

Faço parte de uma ordem profissional que tem como categoria de membros: membros estagiários e membros honorários.

A questão é como se deve identificar alguém do sexo feminino: devo dizer «sou membro estagiário da Ordem» ou «sou membro estagiária da Ordem»? «Membro honorário da Ordem» ou «membro honorária»?

Muito obrigada!

Diogo Fernandes Investigador Arruda dos Vinhos, Portugal 1K

Existe alguma tradução consagrada em português para a expressão inglesa «from the armchair?

Como em «[...] analyses performed by philosophers from "the armchair".»[*]

Ou se não consagrada, pelo menos com precedentes de utilização?

 

[N. E. – tradução livre: «análises realizadas por filósofos [que ficam] de poltrona»]

Carlos Alexandre Coimbra Xavier Fernandes Aviação Comercial-Reformado Maia, Portugal 4K

Numa rede social o grupo é composto pelos dois sexos. Na seguinte troca de mensagens por dois elementos (F – feminino e M – masculino):

«F - Bom fim de semana, minhas caras.

M - ... e meus caros!

F1 - Disse bem, minhas caras! Somos todas pessoas!»

É correta a justificação invocada por F1 ou deveria ser sempre «meus caros», conforme M, de modo a abranger todo o grupo?

Para a frase de F estar correta, não deveria ser especificado o vocábulo pessoas, apesar de soar muito mal?

Agradeço o vosso empenho em prol da língua portuguesa.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 1K

Na frase «o local onde vivo é Santo Aleixo», é forçoso que se use a preposição após o verbo viver ou seja, «o local onde vivo é "em" Santo Aleixo»?

Obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Sabendo de antemão que o uso do infinitivo é um terreno pantanoso que requer cuidado para trilhar, atrevo-me a concordar com a posição da consulente Inês Pantaleão, em 17/5/2022.

Em primeiro lugar, não creio que a frase apresentada por ela seja o caso típico de orações com sujeitos diferentes, a exemplo de «O professor mudou o método de ensino para os alunos aprenderem melhor».

A referida oração («os antibióticos perderam eficácia devido à capacidade que as bactérias têm de lhes resistirem...») é um pouco diferente, devendo-se verificar a necessidade de flexão do infinitivo no âmbito somente da oração subordinada («as bactérias têm a capacidade de resistir aos antibióticos»). Para que flexioná-lo, se o sujeito é o mesmo?

É frase semelhante a estas: «Todos tinham receio de enfrentar o tirano», «Nós vivemos da esperança de ver um mundo mais justo», «Não cobiçavam a glória de ficar em posição de destaque».

Outras de estrutura diferente, mas com sujeito único, também não exigem flexão do infinitivo: "Eles quiseram estar presentes à cerimônia", "Esperamos construir a casa em seis meses".

Nesse caso, vale a máxima de "Por que dizer com muito aquilo que pode ser dito com pouco?".