A frase em questão terá um uso preferencial sem recurso à preposição.
A frase apresentada em (1) é uma copulativa identificadora, que inclui uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva («onde vivo»), que modifica o nome local. Ao incidir sobre este nome, a oração relativa reduz o escopo de referência do sintagma nominal, que passa a ter capacidade de referir apenas o espaço onde o locutor vive e não qualquer outro:
(1) «O local onde vivo é Santo Aleixo.»
A copulativa identificadora assume como característica específica o facto de que o «constituinte predicativo […] não classifica propriamente o indivíduo referido pelo sujeito como pertencendo a uma classe geral, mas identifica-o como sendo o portador de tal ou tal propriedade»1.
Note-se que o verbo ser pode ser também usado em frases copulativas para efetuar «a localização espacial de entidades concretas»2, como em (2):
(2) «A sessão é na biblioteca.»
Nestas frases locativas, o predicativo do sujeito é introduzido pela preposição em. No entanto, estas são frases com algumas limitações quanto ao tipo de sujeito que se localiza espacialmente. De acordo com a Gramática do Português, estes são sujeitos concretos que designam «um lugar, uma instituição ou o edifício que acolhe uma instituição»3. Também se poderá determinar a localização espacial de «um ser humano, de um animal, de um objeto inanimado, de um lugar, de uma instituição ou de um evento»3.
Ora, sendo o sujeito da frase apresentada marcado por alguma abstração «o local onde vivo», enquadra-se com dificuldade no tipo de sujeito das frases com ser locativo. Por essa razão, será preferível não usar a preposição na frase apresentada.
Disponha sempre!
1. Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 1319.
2. Id., ibid., p. 1333
3. id., ibid., p. 1334.