Numa perspetiva normativa, a gramática considera que o masculino é o termo não marcado. Assim, num grupo composto por entidades do género masculino e do género feminino, deve usar-se o masculino.
A expressão «minhas caras», apresentada pelo consulente, é uma expressão de cumprimento algo formulaica. Note-se, no entanto, que caro(a) é um adjetivo que concorda com um nome que, não estando presente na frase, será possível reconstruir pelo contexto. Normalmente, o nome que se elimina será senhor ou, noutros contextos, colega, entre outras possibilidades. Afigura-se, todavia, um pouco estranho que a expressão elidida seja pessoas, pois não é natural dirigir-se a um grupo com a expressão «caras pessoas».
Assim, sem saber o grau de intimidade entre o locutor da frase F e os interlocutores a quem esta se dirige, será impossível determinar a concordância. No entanto, se o nome omitido for amigos, colegas ou mesmo senhores, aconselha-se o recurso ao plural masculino.
Não obstante, as regras de conduta social relativas ao respeito pela diferença de género têm aconselhado o recurso ao masculino e ao feminino nos casos em que os interlocutores correspondem a pessoas do sexos distintos. Assim, embora a gramática não o preveja formalmente, poderá também recorrer-se à expressão combinada «meus caros e minhas caras».
Em nome do Ciberdúvidas, agradeço as gentis palavras que nos endereça.
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