Construção adjectival: «O sôfrego do Miguel comeu tudo»
Na frase «O sôfrego do Miguel comeu tudo», a palavra sôfrego é um nome, ou um adjectivo?
À volta de orações reduzidas de gerúndio
Domino o português como língua estrangeira. Há algum tempo, procuro entender as frases com gerúndio a partir de um ponto de vista pragmático, isso quer dizer que, sem cair no estudo da nomenclatura para diferentes orações subordinadas (onde o gerúndio se mostra importante), parto para o estudo simples do significado de cada oração com gerúndio que encontro. E eis que uma frase interessante cruzou o meu caminho, cito-a dentro do contexto:
«Turistas, há poucos na semana, só o suficiente pra dar ao pessoal que vive de conduzir charretes algo que fazer. Quase não se nota sua presença, tirando fotos e almoçando peixe frito.» (Paraíso em cativeiro, Cecilia Giannetti, Folha de São Paulo, C2, 21.10.2008)
O texto evidentemente está escrito em estilo não formal, como é indicado pela forma "pra" em vez de para.
Mas mesmo assim o uso do gerúndio aqui me intriga e me instiga. O que se quer dizer aqui me parece ser o seguinte: «Quase não se nota a presença dos poucos turistas que costumam tirar fotos e almoçar peixe frito.»
Mas a frase «Quase não se nota sua presença, tirando fotos e almoçando peixe frito» parece então recorrer ao gerúndio para referir-se a um substantivo («os turistas») de uma frase anterior. Mesmo sendo um estilo coloquial, toda a forma de "referenciar as coisas" nesta frase me parece um pouco solta, irregular e confusa demais? Ou estou eu errado, e esta frase está corretíssima no que tange os gerúndios e sua função sintática?
O uso dos verbos ser e estar
Sou brasileira, mas moro fora do Brasil há dez anos. Meus filhos são bilingues, falam inglês e português.
Quero que eles continuem fluentes no português, mas que também leiam e escrevam. Para isso lhes ensino português em casa.
Já estou ensinando os verbos ser e estar para a minha filha.
E no outro dia me deparei com o seguinte exercício:
«Às vezes, _______ ingênuos. (somos/estamos).»
Ela me respondeu: «Às vezes, estamos ingênuos.»
O que na hora eu disse: «Está errado, o certo é "às vezes somos ingênuos".»
Então o argumento começou aí, pois eu tinha explicado a ela que quando usamos às vezes, hoje, ontem, etc. (qualquer fator que indique tempo), usamos o verbo estar.
Mas nesse caso tinha de ser o verbo ser e não consegui encontrar uma explicação.
Poderiam me explicar?
A classe de palavras do vocábulo curiosamente
A que classe de palavras pertence o vocábulo curiosamente, e qual sua função sintática?
«Das ciências à Arte»
Gostaria de saber se na construção «Das ciências à Arte», usando a palavra ciências como trajetória, percurso decorrido, tenho de usar a palavra ciência no singular ou posso usá-la no plural, uma vez que quero falar das ciências como «soma dos conhecimentos práticos que servem para um determinado fim» (I. Português – Dicionários I. Luft, Celso Pedro, 1921).
«Contactá-lo-emos» + «ter-vo-las-íamos enviado»
Gostaria de saber se no português brasileiro já não são usadas as construções do tipo «contactá-lo-emos» e «ter-vo-las-íamos enviado» (às quais me habituei a chamar sandes simples e mistas, respectivamente, ao ensinar Português a estrangeiros). São complicadas, lá isso são, mas às vezes dão jeito, pelo menos para que o/a interlocutor/a saiba que não está comunicando com um zé-ninguém...
Complexidade sintáctica
Gostava de saber o que é complexidade sintáctica e como pode aumentar/diminuir a dificuldade de leitura/compreensão de um texto/frase.
Precisava desta informação para um trabalho de inteligência artificial.
A origem da expressão «tem que ver»
Vi no vosso site que «tem que ver» é a expressão correcta, dado que «tem a ver» usa a sintaxe francesa. No entanto, não encontrei uma explicação sobre a origem da expressão «tem que ver», ou seja, o que é que a expressão está a abreviar. Porque é que se usa o que e não o a?
A regência do verbo baptizar
Li recentemente o seguinte título: «Itália proíbe pais de baptizar filhos de "Sexta-feira".» É correcta a expressão «baptizar de...»
Não é mais correcto: «baptizar "Sexta-feira"»?
Obrigada.
«Nada a opor» e «nada há a opor»
Como deve dizer-se: «nada há a opor», ou «nada a opor»?
