A respeito do emprego deste quantificador (é melhor que chamá-lo determinante), não há diferença de sentido entre as duas possibilidades de colocação de todo, no sentido de «inteiro»: «todo o livro» = «o livro todo» = «o livro inteiro»; «toda a noite» = «a noite toda» = «a noite inteira». O mesmo acontece quando o quantificador significa «qualquer», «cada»: «li todos os livros que encontrei» = «li os livros todos que encontrei»; «todos os alunos responderam» = «os alunos todos responderam».1
Note-se que, quando faz parte de um constituinte com a função de sujeito, é também possível colocar todo fora da expressão a que se refere, depois do verbo: «o livro foi todo lido»; «os alunos responderam todos».
1 No Brasil, a distinção entre todo = inteiro e todo = cada é feita através da presença ou ausência do artigo definido numa expressão no singular: «todo o dia» = «o dia inteiro» ~ «todo dia» = «cada dia» (= «todos os dias»). Em todo o caso, trata-se de uma tendência que não é seguida cegamente (cf. Maria Helena de Moura Neves, Guia de Uso do Português, São Paulo, Editora Unesp, 2003, pág. 752).