Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Eduardo Rios Estudante São Paulo, Brasil 2K

Sei que, diversamente do pronome ne do italiano ou en do francês, o pronome português lhe usualmente não pode empregar-se no lugar de um complemento introduzido pela preposição de, mas gostava de saber, especificamente, se é correto dizer «o uso que se lhe faça», em que o pronome lhe se substitui ao complemento introduzido pela preposição de («de alguma coisa»).

A frase soa-me correta, mas não sei se estou a contaminar a nossa língua com um italianismo (em italiano dir-se-á perfeitamente «l'uso che se ne faccia»).

Muito obrigado pelo excelente trabalho que já tanto me ajudou e ainda ajuda!

Lucas Pereira Novaes Professor Vitória da Conquista, Brasil 5K

O uso das conjunções coordenativas em final de período é gramatical?

P. ex., em construções como «Ontem choveu; não levei guarda-chuva, porém», ou «Não estudei para o exame, não fui aprovado, portanto?.

Se for, qual seria a pontuação correta para essas orações?

Grato.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 6K

Na frase «Brasília é a capital» e na frase «meu amigo é o padrinho»:

1) Qual o predicativo de cada frase?

2) Qual o critério para que eu saiba que o predicativo é permutado por o?

3) O pronome o equivale a qual pronome demonstrativo?

Agradece Evandro.

Júnior Lima Dias Estudante de Direito Maceió – AL, Brasil 2K

1. O verbo acabar é pronominal? «Acabou a comida» ou «acabou-se»?

2. E o verbo cicatrizar? «A ferida cicatrizou» ou «... cicatrizou-se»?

Grato!

Júnior Lima Dias Estudante de Direito Brumado - BA, Brasil 4K

Em D. CasmurroMachado de Assis escreve:

«Vi-lhe fechar o cofre.»

em vez de «vi-o», por conta da transitividade direta.

Achei a seguinte explicação em um site:

«Orações subordinadas objetivas diretas reduzidas de infinitivo permitem o lhe quando seguidas por um verbo que possui regência direta. Exemplo: "Vi-o fechar o cofre." "Vi-lhe fechar o cofre."»

Qual é a razão para tal uso? Encontra-se respaldo na norma culta?

Grato!

Susana Maria Cordeiro Ladeiro Professora Carcavelos, Portugal 28K

Devo dizer «Há um monte de pessoas que não são...» ou «Há um monte de pessoas que não é...»?

Alexandra Castro Arquiteta paisagista Seixal, Portugal 5K

Diz-se «cada um de vós fazei uma pirueta» ou «cada um de vós faça uma pirueta»?

Obrigada!

Carlos Martínez Sánchez Tradutor e intérprete Múrcia, Espanha 3K

Tenho uma dúvida sobre esta frase, a qual julgo que está mal construída. Não sei o que quer dizer: «É tão cedo ainda e já tão tarde o que sei.»

Aparece na canção "No dia seguinte", interpretada por Paulo Brissos (Festival RTP da Canção 1993), com letra de Nuno Gomes dos Santos e música de Jan Van Dijck.

Contexto: «Era tão certo o amor que eu inventei/Estava tão perto e, mesmo assim, não sei/Se fui eu que bebi demais, se fui eu que entornei/Este copo de água da sede que não matei/Se fui eu que bebi demais, se fui eu que entornei/Este copo de água da sede que não matei/É tão cedo ainda e já tão tarde o que sei.»

Obrigado.

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 17K

Gostaria de saber quando usar de e mais, por exemplo, «já não tenho ganas de o fazer», «não tenho mais ganas de o fazer».

Júlio Moreira refere que é erro usar de mais em lugar de . Mas a que situações é que esse uso se aplica? Em que casos é que se emprega «já não» e «não mais»? Lendo José Luís Peixoto, tenho vindo a observar a presença de já não, embora noutras passagens ele se valha de não mais. Quando é que se deve usar «não mais» e quando «já não» de acordo com a norma culta portuguesa?

Reconhecido imensamente ao vosso trabalho.

António Antão Professor (aposentado) Braga, Portugal 7K

Esta questão já foi aqui apresentada por outro consulente e a vossa resposta foi «Penso que deve dar preferência ao uso da expressão "tudo o resto"».

Eu mantenho as minhas dúvidas, até porque quem respondeu não o fez com convicção ao usar o «penso que». Pois eu penso que deve ser «todo o resto», entendido como a totalidade da parte restante. Por exemplo, hoje, na capa de A Bola, lê-se que Fernando Santos fala «sobre a Liga das Nações e sobre tudo o resto».

No meu ver, estes dois conceitos são contraditórios: se fala sobre tudo, não sobra resto para acrescentar ao que fala. Ela fala, com certeza sobre a Liga das Nações e sobre a totalidade da parte restante (de matérias de futebol, certamente) que vão além do assunto principal.

Agradeço a vossa atenção.