Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Filipe Mónica Arquiteto Lisboa, Portugal 5K

Pode dizer-se que a palavra inovação remete para uma "introdução" da novidade, na medida em que o prefixo i se refere a um movimento para dentro (cf. resposta); e que a palavra renovação remete para uma "repetição" da novidade, sendo o prefixo re entendido como elemento designativo de repetição? Poder-se-á a partir daqui extrapolar que no primeiro caso não é admissível que a acção recaia sobre um "objecto" existente (não fazendo sentido dizer "o mundo inova-se", mas sim "o autor inova"), sendo essa pré-existência necessária no segundo caso (fazendo aqui sentido "o mundo renova-se", mas não "o autor renova.")?

Adalberto Gomes Engenheiro Burlington, Canadá 8K

Tendo descoberto que embora provêm de «em boa hora», gostaria de saber se por exemplo na frase «Vamos embora daqui para fora» o seu uso é o mesmo de agora ou realmente sair para algum lado. Por outro lado ao dizer «Foi-se embora», seria correcto também dizer-se «Foi-se agora». Em Portugal, pelo menos, parece-me que o embora é utilizado como movimento ou ação e não como informação temporal.

Podiam ajudar-me a entender? Obrigado.

Carlos Garcia Professor Porto Alegre, Brasil 37K

No caso em que, numa narração, um diálogo entre os personagens é interrompido em vista de algum evento, qual dos dois casos seria o correto:

a) Neste momento da conversa...

b) Nesse momento da conversa...

Obrigado.

Fagner Leão Freelancer São Paulo, Brasil 2K

Sei que a palavra marsupialização é o termo usado para um tipo de procedimento médico-cirúrgico, porém, gostaria de saber a origem desse termo.

Quem inventou a palavra? Ela tem alguma relação com o animal "marsupial"? Se sim, no que isso coincide com o procedimento médico em questão?

João Nogueira da Costa Lisboa, Portugal 15K

O primeiro significado que um dicionário apresenta sobre colo (do latim, collum) é o seguinte: «parte do corpo que liga a cabeça ao tronco; pescoço.»

Não é de estranhar, portanto, que as palavras colar, colarinho, coleira, torcicolo, tiracolo e cachecol pertençam à mesma família lexical. O verbo degolar (latim decollare) pertence, igualmente, a esta família, com o significado de cortar o pescoço.

A minha questão é a seguinte: «pegar uma criança ao colo» terá tido origem no facto de a criança passar um dos seus bracinhos pelo pescoço de quem a traz, para uma maior sustentabilidade?

De facto, colo também tem o significado de «regaço»: «sentar ao colo» e «pegar ao colo» será, igualmente, colocar no regaço ou nos braços, encostando ao peito.

Celso Monteiro Mercaldi Músico Detmold, Alemanha 2K

O verbo perceber no Brasil, é ligado na maioria das vezes ao sistema sensorial, à percepção:

«Você percebeu aquele movimento entre as folhas?»

«Você percebeu aquele ruído na parede?»

«Percebes a corrente de vento frio pela fresta da janela?» etc..

A acepção de «receber», também é usada, principalmente no linguajar jurídico ou mais culto, no sentido ligado à razão, como entender ou compreender, embora veja o seu uso constante em Portugal, soa muito estranho aos ouvidos brasileiros, sabe-se quando se deu essa diferença? Ou mesmo por quê?

Obrigado.

Maria Manuela Cunha professora aposentada Porto, Portugal 4K

Nas orações cujo predicado é um verbo não finito tal como: «tomar este remédio é importante» ou «olhando as estrelas, descobrem-se coisas» qual é o sujeito destas orações? Expletivo?

Paula Bonet professora Porto, Portugal 1K

Eu uso a expressão «ecografia a 3D», mas fui corrigida, e dizem-me que deve ser «ecografia em 3D». Uma vez que estou a usar o a enquanto preposição de modo/meio, parece-me correcto. Já o em parece-me errado, uma vez que todas as ecografias têm 3 dimensões, mas algumas são feitas "a" três dimensões. Sou eu que estou errada?

Fernando Wintermantel Comerciante Sintra, Portugal 110K

A frase «Um bem hajam a todos» está correta?

Muito obrigado,

Alberto Magalhães Psicólogo clínico Évora, Portugal 10K

Será impressão minha ou, de há uns tempos para cá, tem alastrado o uso e abuso «daquilo que são» determinantes (ou pronomes, não sei bem) demonstrativos. Exemplo: «quero falar-vos daquilo que é a minha preocupação», em vez de «quero falar-vos da minha preocupação».