DÚVIDAS

A curvatura das aspas
Tenho dúvidas quanto à curvatura ou inclinação das aspas superiores. Nos processadores de texto costumam aparecer aspas retas na vertical, ou aspas curvas ligeiramente inclinadas para a direita (tanto a final como a inicial). O meu processador de texto analógico (mão) costuma curvar as primeiras aspas à direita e as últimas à esquerda, para "acomodar" o texto ou palavra. No entanto, vejo muitas pessoas a fazerem exatamente o contrário: inclinando as aspas (quase sempre retas) na direção oposta do texto. Gostaria de saber qual a representação manual mais correta. Obrigado.
A grafia e a pronunciação de fêmea
Por que motivo não se escreve "fémea"? Sendo esta uma pronúncia bastante comum em Portugal (basta fazer uma pesquisa para encontrar até títulos de notícias de alguns jornais com esta grafia), não se deveria aplicar a regra de usar o acento agudo só com função de marcar a sílaba tónica nesta situação (tal como acontece em quilómetro, termómetro, barómetro, manómetro, cronómetro, etc, em que há variação de pronúncia)?
A grafia dos pontos cardeais e colaterais
quando referem direções
Já entendi que os pontos cardeais se escrevem com maiúscula inicial quando substantivos (ex.: «o Norte») e minúscula quando como adjectivos (ex.: «o litoral oeste», «a região norte»). Resta-me a dúvida para situações como «este lugar está a oeste daquele», «cerca de 100 metros para norte de Lisboa». Devo escrever com minúscula, tal como fiz, ou com maiúscula? Desde já, agradeço.
Ainda a vírgula antes da conjunção subordinativa consecutiva que
Como fica a vírgula em orações consecutivas com que depois de tão, tanto e tal? Li a instrução de que se deve usá-la sempre, mas há muitos exemplos de boas fontes que não o fazem. Que critério seguir? Dispensar a vírgula nos períodos de fácil entendimento? Exemplos sem vírgula: (Machado de Assis Dom Casmurro) «A vida é tão bela que a mesma ideia da morte precisa de vir primeiro a ela... O que cismei foi tão escuro e confuso que não me deixou tomar pé... Continuei, a tal ponto que o menor gesto me afligia...» Napoleão Mendes de Almeida, Gramática Metódica: «Portou-se tão bem que o elogiaram.» Dicionário Houaiss: «Tanto repetiu a leitura que conseguiu decorá-la. Bateu tanto que quase matou.»
Ceide (e não "Seide")
Muito grato ficarei se me for prestado esclarecimento sobre a forma correcta de escrever o topónimo onde se localiza a Casa de Camilo Castelo Branco: "Ceide" ou "Seide". Embora não sendo especialista na matéria, choca-me ver que as duas formas se encontram aplicadas nos sinais informativos instalados nas diversas vias de acesso a essa localidade, pois, em minha modesta opinião, tal facto não só contribui para que se tenha uma desfavorável imagem sobre as entidades que deveriam velar, e não velam, pela correcção desta anómala situação, como pode induzir em erro os forasteiros desconhecedores desta dualidade e não os ajudar a chegar ao destino correcto. Por isso me parece que tais entidades deveriam adoptar e aplicar a forma correcta, que penso deverá ser uma e só uma. Grato pela atenção que me possa ser dispensada.
O uso do travessão e das aspas
em discurso direto
Considere-se um fragmento de discurso em que um indivíduo está a falar. Naturalmente, o discurso é iniciado com um travessão. O discurso do indivíduo prolonga-se por um parágrafo inteiro. No parágrafo seguinte, o mesmo indivíduo continua a falar. Que tipo de sinalização devemos utilizar para continuar o discurso no segundo parágrafo? Repete-se o uso do travessão? Ou empregamos outro sinal? Tenho visto que a continuação do discurso de um mesmo indivíduo num segundo parágrafo é sinalizada por ">>". É correcto empregar esta sinalização? Obrigado.
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