Pode usar o nome próprio como predicativo do sujeito, equivalendo a um adjetivo com essa função – «ele é um Don Juan» (ou «um D. Juan»), tal como diz «ele é um Einstein», para referir uma pessoa genial. A personagem de Don Juan, ou, mais precisamente, D. Juan Tenorio, foi criada pelo dramaturgo espanhol Tirso de Molina (1579-1648), que lhe deu os atributos de sedutor cruel que a imortalizaram na cultura ocidental.
Refira-se, contudo, que dois dicionários portugueses (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa e dicionário da Porto Editora, em linha na Infopédia ) registam dom-joão como substantivo comum, com o significado genérico de «homem que seduz facilmente as mulheres». No dicionário Houaiss (1.ª edição, 2001), também se acolhe a entrada dom-joão, à qual se diz em nota que "donjuan" «foi mais corrente em Portugal»; contudo, as fontes portuguesas, não consignando esta forma, não confirmam a observação do dicionário brasileiro. Este regista ainda donjuán, mas em nota de uso observa-se que tem «emprego não raro irônico» e que «no Brasil [se usa] [...] diretamente o antropônimo castelhano antecedido de seu título, Don Juan, razão por que, ao escrever-se, devem empregar-se iniciais maiúsculas sem o hífen: ser um Don Juan, um sedutor incorrigível». Como foi dito inicialmente, mesmo em Portugal, o nome próprio espanhol também pode ocorrer com maiúsculas iniciais. E diga-se, por último, que existe uma versão portuguesa para o nome desta personagem-tipo – Dom João –, que justifica o substantivo comum dom-joão.