Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.
Os anglomaníacos
Idiotas úteis do imperialismo americano

 «Por mais nefasta que seja, a política americana tem a seu favor o mérito da coerência: qualquer império, mesmo que espiritual, procura defender os seus interesses. Washington sabe perfeitamente que a DisneyNetflixApple e outras constituem os melhores meios para conquistar espíritos e escoar as suas mercadorias. Não poderemos dizer o mesmo da União Europeia que, apesar do Brexit, continua a estender o tapete vermelho ao inglês.»

Artigo do jornalista francês Michel Feltin-Palas, publicado originalmente na revista L'Express, no dia  29/06/2021, abordando a questão do domínio da língua inglesa no mundo

A língua portuguesa está em decadência?
A ideia de o português andar pior do que nunca

«A ideia da decadência linguística é simples: estamos a falar pior, a comer letras, a usar menos palavras, a reduzir a complexidade... É uma ideia baseada nas impressões individuais e no ouvir dizer. Ouvimos tanta gente dizer tal coisa que só pode ser verdade. Mais: ouvimos tanta gente a falar mal!» A partir desta premissa, o professor universitário e tradutor Marco Neves,  em crónica incluída no portal SAPO24 em 11 de julho de 2021, desmonta a ideia do que será uma língua em decadência, mostrando que tal não acontece com a língua portuguesa. 

Há racismo editorial no mundo literário em língua portuguesa?
O privilégio de que alguns escritores africanos gozam

«Não é novidade que os escritores africanos negros dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) têm mais dificuldades de publicar no estrangeiro se comparados aos seus pares brancos ou mestiços. Mia Couto, de Moçambique, ou José Agualusa, de Angola, por exemplo, têm sido uma espécie de "porta-bandeira" dos seus países na arena editorial internacional», escreve a linguista, escritora e jornalista moçambicana Nadia Issufo, nesta peça publicada no portal da Deutsche Welle no dia 25 de junho de 2021.

Os professores de português e o “porém” de Vasco Palmeirim
Da evolução terminológica e da formação de professores

Uma pergunta do programa Joker da RTP1 deu azo à reflexão da professora Lúcia Vaz Pedro sobre a evolução da terminologia gramatical em contexto escolar e sobre a formação dos professores. 

Outra Literatura Portuguesa
A reinterpretação do cânone à luz de novos princípios

«A ausência de discussão explícita e consistente sobre o Portugal pós-colonial tem expressão no plano nacional de leitura, nos curricula do ensino básico e secundário e no modo como a literatura portuguesa é tratada pelas instituições. A visibilidade pública da literatura portuguesa não-branca pós-colonial, sobre como estes autores olham o seu Portugal, é quase inexistente», afirma a professora universitária Ana Paula Dourado, que alerta para a necessidade de reinterpretar o cânone literário. Artigo incluído na edição digital do semanário Expresso em 7 de junho de 2021, a seguir transcrito integralmente, com a devida vénia.

 

Afinal, existe ou não existe erro de português?
Linguística e gramática normativa

Em artigo publicado no mural Língua e Tradição no Facebook em 23 de maio de 2021, o linguista brasileiro Aldo Bizzocchi assinala que «[u]m dos pontos de maior tensão entre linguistas e gramáticos é a questão do chamado erro de português» e acrescenta: «A polêmica sobre esse assunto é tão grande que alguns linguistas chegam a taxar a gramática normativa de elitista e opressora, assim como certos gramáticos acusam a linguística de ser uma espécie de vale-tudo em matéria de língua.»

Amar a língua até a asfixiar?
Diversidade linguística e micrologia

«As línguas que têm ortografia unificada continuam a ter registos diversos e as que não têm ortografia unificada continuam a ter um idioma-padrão compreendido por toda a gente.Não é megalomania entender esta realidade.» Réplica do historiador e político Rui Tavares a uma nova crónica de Sérgio Rodrigues (Folha de S. Paulo, 19 de maio de 2021) e a um artigo de Nuno Pacheco (Público, 20 de maio de 2021), no contexto do debate à volta do sentido que tem atualmente a ideia de lusofonia e de unidade linguística.

Crónica incluída no Público de 21 de maio de 2021.

O racismo em <i>Os Maias</i> de Eça de Queirós
Proposta pedagógica de investigadora luso-cabo-verdiana gera polémica

Em 18 de fevereiro de 2021, a investigadora luso-cabo-verdiana Vanusa Vera-Cruz Lima, doutoranda da universidade americana de Massachussetts Dartmouth, identificou passagens racistas em Os Maias, de Eça Queirós, e defendeu a necessidade de as edições escolares as assinalarem em notas pedagógicas. Semanas mais tarde, uma notícia sobre o assunto desencadeava alguma polémica em Portugal.

Sobre  a notícia dada pela agência Lusa  da palestra de Vanusa Vera-Cruz Lima, o jornalista Luís Miguel Queirós assinou no jornal Público do dia 3 de abril de 2021 um trabalho com a opinião de quatro especialistas portugueses em estudos literários e na obra queirosiana. 

Vide, ainda, o artigo de opinião Eça de Queiroz, "Os Maias" e uma pergunta sobre racismo, da autoria de Carlos Maria Bobone, no jornal digital Observador de 21 de fevereiro de 2021.

 

Discutir o racismo n’<i>Os Maias</i> é ensino responsável  <br>ou ameaça à autonomia da literatura?
A resposta de quatro especialistas da obra queirosiana

Os reparos da investigadora  luso-cabo-verdiana Vanusa Vera-Cruz Lima, da universidade americana de Massachussetts Dartmouth,  sobre passagens  de teor racista do conhecido romance de Eça de Queirós Os Maias – o que, na sua opinião, justificavam uma nota pedagógica nas edições escolares do romance [texto aqui] – comentados por quatro  especialistas em literatura e no ensino da obra-prima queirosiana: Abel Barros BaptistaIsabela FigueiredoRaquel Ribeiro e Victor Mendes*. Vide, ainda, o artigo de opinião Eça de Queiroz, "Os Maias" e uma pergunta sobre racismo, da autoria de Carlos Maria Bobone, no jornal digital Observador de 21 de fevereiro de 2021.

Trabalho assinado pelo jornalista Luís  Miguel Queirós,  incluído no jornal Público em 3 de abril de 2021, a seguir transcrito. Texto escrito conforme a norma ortográfica de 1945.

Em defesa da aula (presencial)
O habitat natural do professor de humanidades

«A ideia deste artigo é defender uma forma específica do ato de ensinar fundante. Assim como o locus icónico do cientista da natureza é o seu laboratório, o habitat natural clássico do professor de humanidades é a sala de aula.» Assim se refere o investigador Roberto della Santa ao ensino presencial no contexto universitário, ao mesmo tempo que tece críticas ao ensino à distância.

Artigo de opinião incluído na edição de 28 de março de 2021 do jornal Público