Uma vez que já existe um nome derivado (regressivamente) – «o canto» –, pergunto se é legítima a derivação imprópria do verbo cantar (ficando «o cantar»).
Ou seja, havendo já um nome derivado regressivamente, é legítma a derivação imprópria, ficando o nome igual ao infinitivo do verbo («o assobiar dos pássaros», quando já existe «o assobio», etc.)?
«Escrever romance é muito chato», disse a imortal Rachel de Queiroz, e ela deve estar certa. Mas se um aprendiz das letras diz que «almeja a uma carreira literária», ele está certo, mesmo sendo uma coisa muito chata, ou deve desistir de imediato?
A gramática diz que, quando transitivo, almejar é direto ou indireto. Quando indireto, geralmente rege a preposição por, mas em alguns casos, como em «almeja a uma carreira literária», exemplo que colhi num site, seria correto o verbo almejar a preposição a?
«Almejo uma resposta.»
«Almejo pela resposta.»
Gostaria de saber o que está mais correcto: «corte de ténis», ou «campo de ténis»?
Deve dizer-se: «vou pegar-lhe ao colo», ou «vou pegar nele ao colo»?
É correcto utilizar a palavra valências com o significado de capacidades em língua portuguesa? Sei que em português do Brasil isso acontece.
Excerto de um texto publicado numa edição on-line do jornal Público: «A conservação doméstica de vegetais à temperatura ambiente e no frigorífico também não revelaram diferenças significativas no conteúdo de glicosinolatos, após sete dias de conserva.»
Grata pelo vosso enorme contributo para a nossa língua!
Uma amiga alemã, que está aprendendo português e que recentemente teve uma aula sobre infinitivo pessoal, perguntou-me se a frase (a) «é preciso [de] eu praticar mais português» estaria correta. Sugeri a ela alternativas como «eu preciso [de] praticar mais português» ou «é preciso que eu pratique mais português». A frase (a) soa-me estranha, incorreta, mas uma frase como (b) «é preciso [tu] ires ao supermercado» parece-me perfeitamente normal.
Tanto (a) como (b), na minha opinião, seguem as mesmas regras, ou seja, do infinitivo flexionado. Minha pergunta é, pois, se a frase (a) está correta; caso contrário, por que não?
Gostaria de saber se o substantivo time flexionado em grau no aumentativo sintético seria timão ou timaço.
Aguardo retorno, obrigada.
Como traduzir em português a palavra italiana sitografia e a francesa sitographie?
No vosso site existem várias abordagens sobre a pronúncia correcta de coelho, mas a resposta não é clara.
Para F. V. P. da Fonseca, a pronúncia correcta é “coâilho”, sendo “coêlho” um regionalismo (alentejano). Mas para José Neves Henriques sucede o contrário: “coêlho” é o correcto, e “coeilho”, um regionalismo (lisboeta). Não sei se há diferença entre as fonetizações “coâilho” e “coeilho”, utilizadas nos textos (teistos?).
Seria possível uma terceira pessoa desempatar?
A pronúncia de cerveja será similar, suponho. Outra questão que gostava de colocar é: se a língua evolui para, por exemplo, se dizer “cerveija”, porque é que, em determinada altura, não se passou a grafar ‘ei’? Na escola, aprendi os valores fonéticos das vogais, sendo estas fundamentalmente “abertas” ou “fechadas”, mas creio que não abordámos casos em que uma vogal se lê como se se tratasse de um ditongo.
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