Na grande maioria das situações não se justifica, de facto, o recurso a cantar. Há uma ou duas excepções em que a utilização de cantar enquanto nome pode veicular uma ideia diferente, como é o caso do cantar das janeiras, ou dos cantares da segada, dos cantares do linho, da monda, etc. Não sei se concorda, mas nestes casos cantar assume um sentido diverso do que tem canto. Creio que nestas circunstâncias se justifica. Noutras em que, claramente, surja em vez de canto, não poderemos dizer que o seu uso não seja legítimo (a dinâmica da língua tem, às vezes, razões que a razão desconhece), mas é dispensável, sem dúvida.