Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Shin Matoba Estudante Nagóia, Japão 13K

Como tenho interês [sic] pela história da língua portuguesa, de quando em vez, venho ler artigos a este maravilhoso sítio. Deparei-me com um problema difícil de resolver, por causa do qual meu professor ficou frustrado. Qual é a diferença em nuance entre fiquei sabendo e soube. Esta pergunta pode-se reduzir à diferença entre ficar + gerúndio e o mesmo verbo simples. Será que o verbo ficar exprime não só transição de estado mas também uma açcão [sic}] duradoura? Gostaria de saber como as frases parecidas a seguir se distinguem uma da outra.

«Esteve (está) desconsciente [sic]durante dois minutos.»

«Fiqou [sic] (fica) desconsciente [sic] durante dois minutos»

Incidentalmente, percebo que ficar se parece com o verbo espanhol quedarse no aspecto verbal e no seu uso, conforme o que disse uma amiga. Agradeceria muito se pudesse resolver este problema.

Desejo de coração que este sítio continue a ser luz de esperança para todos. Muito obrigado.

Ygor Coelho Estudante Fortaleza, Brasil 7K

Ultimamente, tenho percebido o uso cada vez mais freqüente (ou frequente, pelo novo Acordo Ortográfico) da palavra não como prefixo de negação com relação a um adjetivo ou substantivo posterior como em: não-nascido (o que não nasceu) e não-ajustamento (ato de não ajustar). O que me chama atenção é a sutil diferença semântica entre usar o não e outro prefixo que indique negação: desajustamento, assim, me parece significar o «ato de fazer com que fique sem ajuste», enquanto não-ajustamento seria «o ato de não ajustar, de deixar de ajustar». Essa percepção estaria correta? De fato há uma diferença semântica entre usar um não e usar, se for possível, um prefixo como in ou des?

Muito obrigado!

Patrícia Dâmaso Professora São Miguel, Açores, Portugal 9K

Pode-se considerar «ardil», «mui leda», «despois de ...», «cousa», «senão ajuntar...» como exemplos do uso do registo popular da língua?

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil 6K

No nosso idioma, um príncipe e um grão-duque de um principado e de um grão-ducado independentes devem ser chamados apenas de «príncipes soberanos», ou também de «príncipes reinantes»? Se as duas denominações forem legítimas, haveria uma terceira?

Caberia o hífen entre as duas palavras? Elas estão sujeitas a flexão de gênero?

Gratíssimo.

Jaime Correia da Silva Profissional de seguros Lisboa, Portugal 3K

Ouvindo os jornalistas do futebol na rádio e na televisão, oiço-os sempre dizer — mal, na minha opinião — "tròfense", com o "o" aberto.  Presumo que seja por se dizer o topónimo Trofa com a tónica no primeiro "a", mas também temos Escócia e dizemos /eskucês/ (e não "eskócês").

Ou /kunimbricense/ (e não "kônimbricense" nem "kónimbricense"); ou /kulumbense/ (e não /"kôlômbense"); ou /turreense/ (e não /tôrreense" nem /tórreense"); ou /furense/ (e não "fórense" nem "forense"); ou  /kongulês/ (e não "kongôlês"); ou (/guês/ (e não "gôês"), /mussambikanu/ (e não "môssambicanu"); etc, etc.

Já agora: e bejense (também oiço ora com o primeiro "e" aberto ora com o "o" fechado)?

Gostava de saber a explicação fonética para estas pronúncias.

Muito agradecido.

Carlos Monteiro Relações-públicas Lisboa, Portugal 7K

Felizmente que desse lado há sempre alguém com quem podemos contar para manter viva a chama da língua portuguesa. Obrigado!

A minha questão (que até pode parecer descabida, mas...):

Como definir, no seu todo, as características artesanais intrínsecas de um determinado motivo? "Artesanalidade"?

Hugo Gonçalves Estudante universitário de Teatro Évora, Portugal 10K

Sendo de Castelo Branco, ao mudar-me para Évora, fui "criticado" por uma maneira minha de falar que passarei a explicar. Se eu falar lentamente, direi: «A água está quente», p. ex. na oralidade formal. Porém, ao falar numa corrente familiar e com amigos, ao falar mais rapidamente, para tornar a frase menos complicada de dizer (inconscientemente...), direi algo do género: «Aiágua xtá quente.»

Erro ao tornar inconscientemente a frase mais simples de dizer?

Ou, cada vez que falo informalmente, tenho de "silabar" cada palavra dafrase?

Para terminar, gostaria de saber se é correcto que um professor exija que eu diga «Eu vi ú cão» (em vez de «eu vi o cão»), "Hugo" (em vez de "Hugo") e "coalho" em vez de "coelho".

Desde já obrigado e parabéns pelo magnifico estado deste site.

Hélen Araújo Estudante Uberlândia, Brasil 11K

Queria saber se a palavra preconceito é composta por aglutinação. Obrigada.

José Pinto Professor Penafiel, Portugal 2K

Gostaria de saber se a palavra "info-literacia" existe, para designar a avaliação ou o nível de literacia de uma comunidade na área das TIC.

Se não existe, que palavra poderá designar esse conceito?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

Parece-me estranha, na frase apresentada pelo consulente Nuno Pinho Melo em 5/2/2009, a coocorrência das conjunções e e todavia, embora admitida pelos distintos consultores Carlos Rocha e Rui Gouveia. A par da evidente redundância, pois ambas têm valor adversativo, ainda há o empobrecimento do estilo e da concisão.

«O homem corria, mas era lento» ou «O homem corria, e era lento» ou «O homem corria, todavia era lento». Mais simples e mais elegante.