DÚVIDAS

Como se diz trofense e bejense

Ouvindo os jornalistas do futebol na rádio e na televisão, oiço-os sempre dizer — mal, na minha opinião — "tròfense", com o "o" aberto.  Presumo que seja por se dizer o topónimo Trofa com a tónica no primeiro "a", mas também temos Escócia e dizemos /eskucês/ (e não "eskócês").

Ou /kunimbricense/ (e não "kônimbricense" nem "kónimbricense"); ou /kulumbense/ (e não /"kôlômbense"); ou /turreense/ (e não /tôrreense" nem /tórreense"); ou /furense/ (e não "fórense" nem "forense"); ou  /kongulês/ (e não "kongôlês"); ou (/guês/ (e não "gôês"), /mussambikanu/ (e não "môssambicanu"); etc, etc.

Já agora: e bejense (também oiço ora com o primeiro "e" aberto ora com o "o" fechado)?

Gostava de saber a explicação fonética para estas pronúncias.

Muito agradecido.

Resposta

No português europeu, todos os ós de que fala devem ler-se fechados (= u). Abri-los é disparate entre nós. Portanto: /trufense/.

Em bejense (derivado de Beja, que tem o "e" aberto), se lhe déssemos o valor de mudo (o de que, etc.), este quase não se ouvia, parecendo que o "j" se seguia imediatamente ao "b".

 

N. E. (22/11/2017) — por ocorrer como nome comum também (regionalismo de origem obscura que significa «capa de junco ou de palhapalhota»), o topónimo Trofa é um substantivo antecedido por artigo a: a Trofa. Veja-se o sitio da câmara municipal

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