Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Paulo Jorge Professor de História Porto, Portugal 2K

Gostava de uma explicação acerca da utilização da palavra que. Surgiu o problema ao deparar-me com a letra de uma música sacra e pareceu-me que algo não está bem. Perguntei a outros colegas e eles dizem-me que gramaticalmente está correcto. A frase em questão é:

«Fortalecei-nos com a protecção que, maternal do vosso coração, nas incertezas sempre nos conduz.»

Pessoalmente faria uma alteração da palavra que para depois do conteúdo entre as duas virgulas. Ficaria assim:

«Fortalecei-nos com a protecção, maternal do vosso coração, que nas incertezas sempre nos conduz.»

No entanto gostava de saber "quid est veritas?" (o que é a verdade?), porque embora me pareça auditivamente mais "lógico", poderá não o ser.

Grato pela atenção

Paulo Ferreira Professor Aveiro, Portugal 6K

Queria saber se as seguintes opções estão corretas, e, em caso de resposta afirmativa, qual delas a melhor:

a) «Eles disseram que se submetiam/confiavam e os seus bens ao poder dos invasores.»

b) «Eles disseram que se submetiam/confiavam e aos seus bens ao poder dos invasores.»

Muito obrigado

Manuel de Azevedo Jornalista Lisboa, Portugal 8K

O Expresso de [3/09/2018] usa a expressão «regressa o forrobodó».

Eu contestei: «Lastimo mas diz-se FARROBODÓ. Vem de Joaquim Pedro Quintela, 1.º Conde de Farrobo. Era o nome dado às festas sumptuosas da sua Quinta das Laranjeiras, actual Zoo de Lisboa e palacete onde está o Teatro Thalia por ele construído.» Um amigo comentou: «Mas nos dicionários Diciopédia, Michaelis, Priberam e Linguee, assim como no Portal da Língua Portuguesa (ILTEC), está "forrobodó"...»

Provavelmente, digo eu, uma expressão do Brasil.

Qual será a correcta (admitindo serem ambas)?

Obrigado.

 

[N. E. – A pergunta mantém a ortografia anterior à norma atualmente em vigor, a do Acordo Ortográfico de 1990.]

Manuel Luís Cruz Bárbara Aposentado Almeirim, Portugal 2K

«A conselho do padre, Manuel foi para casa.»

Nesta afirmação é correto empregar-se «a conselho»? Ou ficaria mais correto: «O conselho do padre…»

Grato pela atenção.

Mariana Adame Socióloga Gustavo A. Madero, México 8K

Recentemente, li num site linguístico brasileiro, sobre o tema «ar condicionado com ou sem hífen», que o termo «ar condicionado», sem hífen, se refere ao sistema de refrigeração do ar, ou ao ar por ele "condicionado". No entanto, com hífen, "ar-condicionado", refere-se ao aparelho em si.

Exemplos: «O meu escritório tem ar condicionado», mas, por outro lado, «Tive de mandar o meu ar-condicionado para arranjar». Ou seja, "ar-condicionado" é o mesmo que «aparelho de ar condicionado».

Penso que isto faz sentido, mas não encontro esta distinção em nenhum dicionário, nem nas entradas anteriores do Ciberdúvidas. Pergunto se concordam.

Carlos Acciaioli de Gouveia Profissional de Seguros Lisboa, Portugal 5K

Posso usar a expressão «por um ano» em vez de «durante um ano» em expressões como «fui contratado por um ano», «a minha mãe não me vai visitar por um ano» ou «a minha filha não me vai falar por um ano»? Esta expressão pode ser usadas em substituição de «pelo período de um ano» ou «durante um ano»?

Paulo de Sousa Tradutor Oeiras, Portugal 4K

«Testado contra» ou «testado para»?

Uma pesquisa rápida em Google.com (páginas de Portugal) devolve uma esmagadora preferência por «testado contra». No entanto, não me faz muito sentido o emprego deste «contra». Não deveria ser «para»? Nos dicionários da língua portuguesa que consultei, não consigo identificar nenhuma das aceções de «contra» que possa encaixar-se aqui. Interrogo-me de como é que se pode testar, por exemplo, um medicamento, «contra» as alergias? Haverá aqui algum significado da preposição que eu desconheço? Não seria mais correto dizer-se «o medicamento X foi testado para alergias», pois uma das muitas aceções de «para» é a de «propósito/finalidade»? Quando se testa alguma coisa (para o caso, um medicamento) é «para» (com o propósito de) verificar, comprovar ou pôr à prova a sua eficácia, reação (neste caso, as alergias) ou funcionamento.

Alberto Rodrigues Designer Gráfico Trofa, Portugal 2K

Como trabalho com design gráfico, às vezes fica complicado saber que termos usar de forma correta. Gostaria de saber qual a diferença entre as palavras motivo e padrão. Os dicionários não são claros.

Lanito Molita Estudante Lisboa, Portugal 3K

Tenho uma questão relativa a desencadeadores de próclise.

Sei que o advérbio não é um desencadeador de próclise em relação ao pronome clítico e ao verbo que o sucedem, como em «Não vos prefiro!» Poderá, no entanto, ser desencadeador de próclise se suceder ao verbo e ao pronome clítico, ou nunca será agente de próclise nesse caso? Nesse caso, poderemos, então, ter as seguintes frases: «Prefiro-vos não!», ou «Prefiro-vos, não!» Sendo estas frases regras de como a próclise não é consequência de causa proclítica se o agente desencadeador de próclise for sequência e não antecedente do verbo da oração.

Ajudai-me em tal dúvida, por favor. [...]

Hérmes Liu Professor China, China 3K

Seria correto escrever «podes beber Coca-Cola, Pepsi, Sprite, chá ou café»? (só pode escolher um) ou temos que colocar ou entre todas as palavras, ou seja «podes beber Coca-Cola ou Pepsi ou Sprite ou ou chá ou café»?

Muito obrigado.