Ambas as possibilidades apresentadas estão corretas. A seleção de uma delas fica depende das intenções do falante.
O grupo nominal constante das frases inclui uma oração relativa que apresenta uma oscilação temporal (futuro do presente ou futuro do pretérito) ou modal, se nos inscrevermos no plano da gramática tradicional portuguesa (indicativo ou condicional), que fica patente no contraste entre (1) e (2):
(1) «as medidas que nós tomaremos» (futuro do presente / futuro simples do indicativo)
(2) «as medidas que nós tomaríamos» (futuro do pretérito / condicional simples)
Em ambas as situações o tempo/modo verbal expressa uma ação a realizar num momento futuro. A diferença entre ambas está relacionada com o grau de certeza que o falante associa à concretização futura desse evento.
Assim, em (1), o falante expressa um facto real cuja concretização futura é apresentada como certa (as medidas serão efetivamente tomadas). Em (2), refere-se um evento cuja realização, em princípio futura, está dependente de determinada condição1, pelo que se poderia acrescentar ao enunciado uma oração subordinada adverbial condicional que explicitaria completamente a intenção associada à utilização do futuro do pretérito (condicional simples):
(3) «as medidas que nós tomaríamos se tivéssemos condições para tal»
No que respeita à questão específica da correlação temporal, ambas as frases apresentadas
(3) «Eles endossaram as medidas que nós tomaremos.»
(4) «Eles endossaram as medidas que nós tomaríamos.»
estabelecem uma relação entre eventos na qual o verbo da oração subordinante (endossar) expressa uma ação passada, que teve, portanto, lugar antes de uma ação que ocorrerá no futuro (tomar as medidas), a qual é apresentada como um facto em (3) ou como uma possibilidade em (4).
Deste modo, antes de selecionar a forma que pretende utilizar, o falante terá de determinar quais as suas intenções, uma vez que estas serão decisivas na escolha a efetuar.
1Fontes: Bechara, Moderna Gramática do Português, pp. 236-237 e Raposo et al., Gramática do Português, pp. 683-685.