Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Sofia Silva Técnica de Educação Braga, Portugal 2K

Muitas dúvidas me coloca a palavra “donde”. Usada como sinónimo de “daí”, “do que se conclui”, deve ou não ter vírgula a seguir? E o verbo, como fica?

Podem esclarecer-me através dos exemplos seguintes, por favor?

1. Os fenómenos deterministas ou causais caraterizam-se pelo facto de os efeitos serem consequências de causas, donde, conhecidas as causas, conhecem-seconhecerem-se também os efeitos.

2. Os fenómenos aleatórios caracterizam-se pela incerteza que envolvem, donde não é / ser possível determinar antecipadamente os resultados das experiências individuais. (Com ou sem vírgula a seguir ao “donde”?)

3. A classificação dos acontecimentos (…) é um tanto subjetiva na medida em que depende da avaliação de cada pessoa, donde esta categorização dos acontecimentos deve / dever ser vista como uma aproximação. (Com ou sem vírgula a seguir ao “donde”?)

4. Temos que 18÷6=3 e 24÷6=4. Donde, os números 3 e 4 são / serem primos entre si. (Com ou sem vírgula a seguir ao “donde”?)

5. Os ângulos A e B não têm apenas um lado em comum, pois o ângulo A está contido no ângulo B, donde não são / serem adjacentes. (Com ou sem vírgula a seguir ao “donde”?)

6. Donde, adicionando as frequências absolutas correspondentes às idades de 13 e 14 anos, tem-se / ter-se: 10 + 5 = 15 alunos.

7. Quando giramos a roleta, o ponteiro pode parar em cada um dos seus números, mas não sabemos antecipadamente qual desses números assinalará. Donde, trata-se/ tratar-se de uma experiência aleatória. (Com ou sem vírgula a seguir ao “donde”?)

8. São pequenas as chances de se ver um elefante, donde trata-se / tratar-se de um acontecimento improvável. (Com ou sem vírgula a seguir ao “donde”?)

Agradeço muito o esclarecimento. Bem hajam.

José Carlos de Olivera Moura Professor ARACAJU, BRASIL 14K

Mais uma vez recorro [ao Ciberdúvidas] para saber se esta frase está certa ou errada:

«Todos ficarão alertas, embora haja menos greves.»

Grato.

Jorge Matavel Jornalista Maputo, Moçambique 4K

Primeiro, quero saudar a contribuição desta plataforma para a promoção da língua portuguesa.

Gostava de saber se é errado ou incoerente dizer «ilustre desconhecido».

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Seria o adjetivo "horizontino" aceitável (embora não esteja dicionarizado com o sentido proposto) para referir o que é próprio ou se relaciona com o horizonte («céu horizontino», «sol horizontino», «luz horizontina»)?

Agradeço desde já a resposta.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Na frase abaixo, qual advérbio melhor se emprega: onde ou aonde?

«Pela vida de Javé, teu Deus, não há nação nem reino aonde (onde) meu amo não tenha mandado te procurar (...)»

Obrigado.

Breno A. Braga Estudante Brasil 4K

Qual é o plural das palavras próton, nêutron e elétron?

Custódia Pereira Funcionária pública Seixal, Portugal 1K

Em conversa com um amigo surgiu a dúvida acerca da forma de pronunciar a palavra ferroviário, dizendo o meu amigo que esta se pronuncia com e fechado – "fêrroviário" – enquanto eu defendo que se pronuncia "férroviário", visto que deriva de ferrovia + ário.

Agradeço o esclarecimento.

Joana Magalhães Tutora Coimbra, Portugal 3K

Gostaria de saber se a concordância verbal do verbo fazer, na terceira pessoa do singular, no impessoal, se utiliza para referir estados atmosféricos (ex. «Faz calor»), ou se apenas se utiliza para referir o tempo decorrido (Ex. «Faz dez anos»), tendo em conta as regras do português europeu e a diferença com o português do Brasil.

Obrigada.

Larissa Scherer Professora Pelotas, Brasil 3K

Referindo-se à região [do Brasil], escreve-se: "Centro Serra", "Centro-serra" ou "Centrosserra"?

Conforme a regra, quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento/palavra começa com uma consoante diferente de R ou S, não se utiliza o hífen. Nos casos em que o prefixo termina com vogal e a segunda palavra/elemento começa com R ou S, essas letras são duplicadas e não se utiliza o hífen. Por exemplo, a palavra antissocial é formada pelo prefixo anti e o elemento/palavra social, mas como o prefixo termina em vogal (i) e o segundo elemento começa com S, o S é duplicado, formando assim a palavra antiSSocial. Portanto, seguindo esse raciocínio, deveria ser escrito "Centrosserra".

Mas não é o que encontramos na maioria dos textos – ou a palavra aparece escrita com hífen, "Centro-serra", ou sem hífen, "Centro serra". Entretanto, existe a regra dos encadeamentos vocálicos que poderia ser utilizada para explicar a grafia de centro-serra. Essa regra não fala sobre a utilização de prefixos. Ela estabeleceu que se deve utilizar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam para formar encadeamentos vocálicos. Ex: Rio-Niterói, Rio-São Paulo, Sampa-Sul. Portanto, quando as palavras aglutinadas não formarem um vocábulo, ou seja, uma nova palavra, deve-se utilizar o hífen.

Gostaria muito de tirar essa dúvida.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

«A advertência é própria para deixá-lo ciente do que se trata aqui, nestas páginas minguadas: um fugidio colóquio entre duas almas femininas – simples, corriqueiro e brando –, mas cujas consequências se supõe graves e irrecorríveis.»

Na frase acima o verbo supor está bem no singular?

Antecipadamente agradeço.