DÚVIDAS

A colocação do pronome pessoal átono na frase
«Pouco se pode dizer»
A frase em baixo está correcta? «Relativamente ao frio, pouco pode-se fazer.» Ou será mais correcto:«"(...) pouco se pode fazer»? Na minha opinião acho que as duas estão bem mas, neste contexto, gosto mais de como soa a última -- gostaria de saber a vossa opinião. (Imagino que algures na base de dados já deva existir resposta para dúvida similar -- desde já, peço desculpa.) Obrigado e parabéns pelos 23 anos (participo pouco mas conhece-vos desde, pelo menos, 1997!)
«Hoje apetece-me comer peixe»
«Hoje apetece-me comer peixe.» Nessa frase o pronome há de estar antes ou depois do verbo? Na minha opinião acho que deve estar antes, pois temos um advérbio e não há vírgula. Escrevo-lhe porque encontrei essa frase em um texto ( escrito por um português) e deixou-me confusa. Qual é a forma correta? Também gostava de saber se há uma gramática que trate esse tema detalhadamente, pois tenho muita curiosidade. Obrigada.
Vírgulas e autoria: «Os Lusíadas, de Luis Vaz de Camões, são»
Por vezes, é muito difícil a distinção entre o complemento do nome e o modificador do nome. Ao resolver um exame nacional, deparei-me com a seguinte sequência: «(...) Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões...» Não entendo o porquê do uso da vírgula pela parte do IAVE, porque se trata de uma relação de autoria, motivo pelo qual teoricamente deveria ser complemento do nome. Podem esclarecer-me? Obrigado, desde já, pela vossa disponibilidade e idóneo apoio.
«Fazer de alguém tolo» vs.«fazer-se tolo»
O gramático Júlio Moreira [1854-1911], nos seus Estudos da língua portuguesa, volume I, pág. 140, alerta-nos para a diferença de registo entre «faz de nós tolos» e «faz-nos de tolos»; pois bem, gostaria de saber que diferença há entre «O Joaquim faz-nos de tolos» e «o Joaquim faz-se de tolo». Seria correto analisar o verbo fazer nessas frases como transitivo-predicativo, em que os complementos nos e se são complementos diretos e «de tolos» e «de tolo» nos respectivos exemplos são predicativos do complemento direto? No caso de esses exemplos serem equivalentes, porque é que em Portugal e no Brasil também, mas entre pessoas escolarizadas, se usa o verbo fazer como transitivo direto e indireto em frases como estas? (1) «O Pedro fez de nós tolos.» Porque não se diz «Pedro fez-nos de tolos», já que também se diz «O Pedro fez-se de tolo»? Obrigado.
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