DÚVIDAS

O pronome se e o infinitivo passivo
É obrigatório ou facultativo o uso de se em construção como: «fácil de (se) fazer»? Mais precisamente, pergunto se não é obrigatório o uso de se na frase «Tomado pela preocupação com a doença, sua vida não seria apenas impossível, mas sobretudo indigna de viver.» Se for possível, peço referencias bibliográficas para a fundamentação da resposta. De antemão, muito obrigado.
Orações reduzidas de infinitivo e orações subordinadas substantivas
Gostaria de saber qual é a explicação morfossintática das estruturas (entre as aspas) nas seguintes frases: «É de lembrar que» os alunos devem trazer o material escolar... «Importa dizer que» os alunos tiveram a coragem de manifestar-se... «Importante dizer que» os alunos tiveram a coragem de manifestar-se... «É necessário realçar que» os alunos devem informar aos pais sobre o que aconteceu. «Convém referir que» a polícia continua a investigar o caso. «Faz-se mister que» o pedido seja logo atendido. Desde já, muito obrigado!
O pronome lhe como complemento de melhor
Na frase «A médica me disse que o horário das 15:00 lhe é melhor que o das 16:00», o uso do lhe é gramaticalmente correto? Já ouvi falar do caso em que o lhe pode acompanhar um verbo de ligação para agregar significado a um adjetivo, como em «A ferramenta lhe é útil». O adjetivo melhor também aceita que tenha sentido agregado pelo lhe? Ou o correto seria, no contexto da primeira frase, «A médica me disse que o horário das 15:00 é melhor para ela que o das 16:00»? Obrigado!
O particípio passado de impactar
Tanto quanto pude averiguar, os dicionários de verbos da língua portuguesa, como, por exemplo, o da Infopédia (Porto Editora), registam impactado como a única forma possível do particípio passado do verbo impactar. É, pois, com alguma perplexidade, que me deparo recorrentemente com formulações como «o dardo tinha impacto o alvo». Neste exemplo, parece-me que o adjectivo impacto está a ser utilizado em vez do particípio passado impactado, cujo emprego seria mais correcto. Estará a escapar-me alguma coisa? Muito obrigado!
O uso nominal de querer
Outro dia, numa conversa casual, certa pessoa disse a seguinte frase: «A Atena (nome de um cão) anda cheia de quereres!» Outra pessoa comentou que a frase estaria errada, e que o certo seria «cheia de querer», no singular. De fato, a expressão conhecida, até onde me lembro, aparece no singular. Achei exagerada essa acusação de erro, primeiro, porque a língua é viva e pode naturalmente se inflexionar; e, segundo, de nenhuma maneira me parece que o sentido da frase foi perdido no plural; e, finamente, é possível justificá-lo, acredito, argumentando que a pessoa que usou a expressão tratou a palavra querer como um substantivo. Consigo imaginar perfeitamente uma situação em que quereres sejam contáveis: 1 querer, 2 quereres, 3... Bom, estou longe ser um entendido da língua e gostaria de saber como se pode elucidar essa questão. «Cheia de quereres» a mim é totalmente inteligível, mas o que podem me dizer os estudiosos? Como a gramática funciona neste caso? Desde já agradecido abraço
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa