As frases «Achas que ele fale português» e «Achas que ele fosse a casa» não são aceitáveis em português.
O modo conjuntivo serve para exprimir situações ainda não realizadas, hipotéticas ou irreais. É o modo através do qual se transmite a incerteza, a dúvida, o desejo pela realização de alguma coisa, a condição, a possibilidade, a eventualidade.
Neste sentido, o conjuntivo é por excelência o modo da frase subordinada, pedido por conjunções ou locuções conjuncionais, ou por verbos que exprimem dúvida, vontade, necessidade, ordem, obrigação, permissão, proibição e expectativa. Por conseguinte, os verbos declarativos e os verbos de crença como achar selecionam basicamente, segundo a Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian), o modo indicativo no verbo subordinado. Portanto, são aceitáveis frases como (1) e (2).
(1) «Achas que ele fala português?»
(2) «Achas que ele foi a casa?»
No entanto, como se assinala na mesma obra, quando a oração principal é uma negação frásica, o modo conjuntivo é aceitável no verbo subordinado, como se observa em (3) e (4).
(3) «Não achas que ele fale português?»
(4) «Não achaste que ele fosse a casa?»
Note-se que, por norma, o pretérito imperfeito do conjuntivo só pode ocorrer quando na oração subordinante o verbo está num dos tempos do passado do modo indicativo ou no condicional.