Em recente entrevista ao diretor da Polícia Judiciária, tropecei com esta palavra da área do cibercrime (formada do anglicismo hacker, pirata informático», em português): "hacktivismo».
Transcrevo a frase: «Ainda recentemente detivemos um jovem, da área do hacktivismo, que atacou inúmeras estruturas do Estado e multinacionais. Temos feito um conjunto de trabalhos em que estão em causa valores importantes da própria democracia, do Estado, que se fazem e não se publicitam, face aos interesses em causa. Por vezes, a prevenção de certos tipos de criminalidade obriga a remetermo-nos ao silêncio, deixando que a Justiça atue nos seus tempos. Nós somos uma polícia pequena, mas que tem de ser uma polícia com excelência. (...)»
A minha dúvida: é aceitável um neologismo destes?
Muito obrigado.
Na frase «ele mora em casa com a mãe», é correto assumir que contém dois complementos oblíquos ou há um complemento oblíquo (CO) e um modificador do grupo verbal (GV)?
Neste caso, como determinar o CO e o modificador, uma vez que qualquer um pode ser utilizado para termos uma frase gramatical, não sendo, para isso, necessário o uso dos dois?
Grata pela atenção.
Na sequência da implementação do Acordo Ortográfico, gostaria de saber como devem ser classificados os nomes referentes aos meses e estações do ano em contexto escolar. Uma vez que se escrevem com minúscula, nomes comuns?
Já li explicações que referem que devem continuar a considerar-se nomes próprios. Neste caso, como o explicar a miúdos do 1.°, 2.° e, até, 3.° ciclos?
Pessoalmente, passei a evitar a classificação destes nomes, mas recentemente tive de ajudar o meu filho a resolver um exercício e deparei-me com este problema. Ele frequenta o 3. ° ano e o exercício enviado apresentava a ortografia anterior à implementação do AO, ou seja, estes nomes surgiam com maiúscula, o que me levou a uma explicação acrescida, tendo optado pela classificação de nomes comuns.
Aguardo o vosso precioso parecer.
Apesar de já ter lido e ouvido várias explicações, ainda me surgem dúvidas quando se trata de distinguir o complemento oblíquo e o modificador em determinados contextos.
Na frase «O julgamento das personagens prolongou-se por várias cenas», o constituinte «por várias cenas» será complemento oblíquo?
Eu entendo-o como modificador, já que não me parece ser indispensável ao verbo.
Ainda na frase «Os cavaleiros chegaram da guerra», o constituinte «da guerra» será complemento oblíquo?
Obrigada.
Gostaria de saber se a palavra babá, quando usada para designar uma pessoa que cuida de crianças, é um substantivo sobrecomum ou um substantivo comum de dois gêneros.
A aplicação prática é a seguinte: um homem cuidador de crianças deve ser chamado de «a babá» ou de «o babá»?
Obrigado.
Considerando que o termo religião (religio) traduz um conceito, parece-me gramaticalmente erróneo utiliza-lo no plural ("religiões").
Não será assim ?
Quando nos queremos referir a algo que não é passível de ser comprovado, os dicionários parecem não acolher o adjetivo incomprovável. Será que o termo existe? Terá improvável essa aceção?
Começo por agradecer o vosso inestimável serviço e importância no seio da comunidade linguística. São uma fiabilíssima fonte de referência a que recorro muitas vezes na realização do meu trabalho. Um fortíssimo bem-haja e com toda a saúde.
Passo então ao que me leva a colocar-lhes uma questão. No decurso de uma revisão a um colega tradutor, deparou-se-me a seguinte frase:
a ) «Quando a Alliance dava os primeiros passos, o primeiro desafio enfrentado foi a criação de alguns grupos de trabalho para estabelecer o padrão e trabalhar nos detalhes técnicos do protocolo.»
De imediato, algo me pareceu "soar" mal nos tempos verbais usados e procurei explicações junto do vosso/nosso site. Encontrei assim o seguinte artigo "Pretérito perfeito vs. pretérito imperfeito", que me elucidou quanto à correção dos tempos verbais usados.
No entanto, não consigo deixar de pensar que as seguintes variantes se me afiguram melhores. São elas:
b) «Quando a Alliance deu os primeiros passos, o primeiro desafio enfrentado foi a criação de alguns grupos de trabalho para estabelecer o padrão e trabalhar nos detalhes técnicos do protocolo.»
Ou
c) «Quando a Alliance estava a dar os primeiros passos, o primeiro desafio enfrentado foi a criação de alguns grupos de trabalho para estabelecer o padrão e trabalhar nos detalhes técnicos do protocolo.»
Assim, peço a vossa ajuda relativamente a 2 questões:
1. Entender se há de facto algo de incorreto na tradução original a).
2. Saber as diferenças entre as frases a), b) e c), se é que existem.
Muito obrigada desde já a toda a equipa!
Sobre a pandemia da covid-19 e alguma informação não confirmada pelos especialistas, tenho lido e ouvido – nomeadamente nas conferências de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde – a expressão «evidência científica» ou «evidência clinica». Por exemplo:
«Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a Organização Mundial da Saúde promoveu um ensaio clínico para alcançar evidência científica sobre algumas das opções de tratamento e cuja implementação reúne maior consenso junto da comunidade médica e grupos científicos especializado.»
«A diretora-geral da Saúde afirmou (...) que não há evidência científica de que as desinfeções de vias e espaços públicos sejam eficazes contra o contágio pelo novo coronavírus.»
Não se tratará este modismo um decalque do inglês evidence («There is no scientific evidence to suggest that underwater births are dangerous»)?
Em português sempre se disse e escreveu prova (ou «comprovação»)... cientifica – e nos mais variados domínios. Por exemplo:
«7 provas científicas de que o aquecimento global existe»
«A Prova Científica da Existência de Deus», etc., etc.
Tenho ou não razão?
Muito obrigado.
Gostaria de saber se a vírgula é obrigatória, facultativa ou proibida quando o período é iniciado pela oração subordinada substantiva?
Grato pela resposta.
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