Os três casos mencionados são efetivamente de origem árabe. No entanto, nem todos os nomes comuns e próprios começados por al têm essa origem. Por exemplo, não têm origem árabe1:
– Alberto, que tem origem germânica, por via do francês (de Adalberht <adal, «nobre» + berht, «brilhante célebre»);
– albergue – com os derivados Albergaria (topónimo) e albergaria (nome comum) – do gótico *haribairg(o) 'acampamento, alojamento'albergue;
– Alva (rio), talvez de uma forma latina *alvea, «cavidade, leito de rio», se não for pré-romano;
– alçapão, – ver aqui;
– alga, do latim alga, «alga, sargaço»;
– alpendre, de origem obscura, mas relacionável com o verbo pender, do latim pend, «ser suspendido, estar suspenso».
Quanto aos arabismos, recorde-se que Algarve tem origem na expressão al-gharb, «o ocidente» (isto é, a parte ocidental da parte árabo-muçulmano da Península Ibérica medieval), na qual al constitui o artigo definido. Alfama é a adaptação de outra expressão, al-hammâ «as termas, fontede água quente», em que o h se converteu em f na sua adoção pelos falantes de língua românica no território atualmente português. Finalmente, almofada é também outro arabismo que faz parte do léxico comum e que vem do árabe al-muhaddâ, «coxim, travesseiro».
1 Foram consultados o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, e o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. O * indica formas reconstruídas, não atestadas documentalmente.