Chão / cais
Quais são as origens etimológicas das palavras "chão" e "cais"?
Ou seja
No outro dia, ouvi uma conversa na qual uma senhora, que se dizia linguista, protestava energicamente contra o uso incorrecto e frequente da expressão ou seja". Como desconheço tal questão (e, já agora, também emprego a expressão – mais, até, no sentido de «isto é»), gostaria que me esclarecessem se, de facto, é incorrecto fazê-lo.
Obrigada.
Teu, tua no Brasil
Em "Nova Gramática do Português Contemporâneo" dos autores Cunha e Cintra li:
"No português do Brasil, o uso de tu restringe-se ao extremo Sul do País e a alguns pontos da região Norte, ainda não suficiente delimitados. Ressalte-se, porém, que o emprego das formas oblíquas te, ti, contigo apresenta uma difusão bastante maior." Porque é que os autores não mencionaram o frequente uso das palavras teu(s) e tua(s)?
Pelo que eu ouço na telenovelas e nas músicas essas palavras (teu, tua) são bastante frequentes embora tenham um grande inimigo em palavra seu (e sua).Eu já perguntei a muitos brasileiros sobre o uso das palavras teu e tua.
Uns me disseram que teu e seu são a mesma coisa no Brasil. (Eu concordo).
Os outros me disseram que não é bom usar teu, tua pois soa-lhes caipira...
Eles usam seu, mais usam contigo e te, ti.
Eu não sei. Há regiões que usam mais teu, tua que seu, sua?
Obrigado.
As duas espécies de r
Eu não sei se é corre(c)to dizer a consoante velar e vibrante -rr-, r- que se ouve no português brasileiro normal e no português lisboeta (e é representada em IPA por símbolo R) ser igual a consoante H que encontramos em inglês, latim clássico e croata (e é representada em IPA por símbolo x, às vezes h). Por exemplo quando eu digo H em inglês ou croata, não há nenhuma vibração, há só ar a sair da boca. No entanto:
A palavra REPÓRTER (do programa do mesmo nome na RTP Internacional) soou-me como HPORTER /xpórter/, não ouvi a vibração do R.
Numa música carioca ouvi algo como /xala, xala/, perguntei a minha amiga brasileira, ela disse-me que era RALA, RALA.
É corre(c)to pronunciar –rr- e r- como h inglês? Não seria melhor pronunciá-las como r em francês ou alemão?
Grato.
Abreviaturas – última letra
Como fica a aplicação da sugestão dada, de abreviar até a última consoante, nos casos de palavras com rr ou ss? Por exemplo, Carregamento (Carr. ou Car.), Processamento (Process. ou Proces.).
Obrigado.
Cuspido e escarrado, outra vez
Esta expressão sempre me foi "traduzida" como "esculpido em carrara". A versão esculpido e encarnado me pareceu bastante estranha, inclusive por não fazer muito sentido.
O uso de locuções latinas
Muito se tem falado de galicismos e estrangeirismos, que são de evitar sempre que se tem o equivalente vernáculo. Eu estou de acordo, mas há dias disseram-me que o uso de expressões em latim também seriam de evitar porque eram um atentado à língua de Camões. Será que é de mau gosto fazer-se uso de expressões em latim, tais como por exemplo: "tutti quanti", "sine qua non", etc.
Qual é a vossa opinião?
Obrigado.
"O" e "-o" no Brasil (e em Portugal)
Parece que muitos brasileiros não querem admitir que pronunciam o (artigo) e -o (vogal final) como /u/. Eles falam /u/ mas dizem que isso não é /u/ e que é sim /ó/.
Vejamos:
a mãe
ó mãe
ó pai
o pai
Ó pai e o pai /u pai/ não são a mesma coisa.
Parece-me que quando se grita ou fala devagar -o e o (artigo) soam mais como ô ou até como ó. Isso acontece no Brasil, mais também em Portugal!!!
Por exemplo:
Bernardooooooo! é /bernardôôôôôôôôôô/ ! e não /bernarduuuuuuuuuu/!
Porque tanta alteração do timbre? É a grafia para culpar, acho eu, se a vogal "o" final se escrevesse como -u (como em romeno) isso não aconteceria.
Mas, porque é que se a vogal -o final e a palavra o pronunciam como /u/? (em Portugal qualquer vogal o átona pronuncia se assim, por isso dormir /durmir/ deu durmo, chover /chuver/ deu chuva e não chova...)
Obrigado.
Origem das vogais abertas e fechadas
A gramática espanhola escrita pelo croata V. Vinja diz que em castelhano as vogais a, e, i, o, u pronunciam-se mais ou menos como em croata e em latim clássico. Quer dizer que nem "e" nem "o" são abertas ou fechadas. E isso é verdade. No espanhol pode às vezes soar como nó, mas também pode soar como nô.
Qual é a origem das vogais abertas e fechadas em português? Sei que, como em italiano, tem algo a ver com a duração das vogais latinas clássicas, que foram substituídas pelas vogais fechadas e abertas em latim vulgar. Porque isso não aconteceu em espanhol? O timbre é importante em italiano e ainda muito mais importante em português. Por exemplo: "vénti" em italiano quer dizer "ventos" e "vênti" quer dizer "vinte". Em português o melhor exemplo são "avó" e "avô". Muitas vezes o italiano e o português têm o mesmo timbre nas palavras da mesma origem. Por exemplo diz-se vérde, bélo, preciôso em português e vérde, béllo, preziôso em italiano. Mas, também há diferenças. Algumas delas podem-se prever. Por exemplo em italiano diz-se témpo, vénto. Em português essa vogal é nasal e como tal deve ser fechada. Outro problema é quando as diferenças não se podem prever. Por exemplo em português "hora" e "ora" pronunciam-se como /óra/. Porém, em italiano "ora" pronuncia-se /ôra/. Como assim tanta diferença?
Num dicionário português-alemão li que as palavras "novo", "maravilhoso" e muitas outras têm plural aberto por razões históricas. O mesmo é que o senhor Caffé me disse sobre a pronúncia brasileira de "senhora" (razões históricas).
Escrevem-me algo a respeito do timbre?
Muito obrigado.
"Facco"
Num texto de 1728, encontrámos o seguinte vocábulo:
"A peleja mais parecia facco que batalha".
