Palavras desconhecidas. Significados
Gostaria de saber quais os métodos técnicos para se inferir o significado de uma palavra desconhecida? Existe um critério científico ou é subjectivo, variando de pessoa para pessoa?
Entusiasmo, segundo Rousseau
Sobre a etimologia da palavra entusiasmo (cf. resposta de Ciberdúvidas, 28/06/00), gostaria de remetê-los à interpretação de Rousseau, cujo teor, resumidamente, é o seguinte:
Entusiasmo = Com Deus em si (no sentido de: Deus invade o espírito de quem se sente... entusiasmado). Ainda que se trate – com alguma boa vontade – de um quase sinônimo / sinónimo da versão registrada pelo Dicionário da Porto Editora ("inspiração divina"), a idéia / ideia de Rousseau traz o benefício de acrescentar, a esta bela palavra, a carga poética que merece.
Telesserviço
Como se deve escrever o seguinte termo muito usado em telecomunicações e que significa o conjunto de serviços de telecomunicação básicos que utilizam características definidas nas camadas superiores (>=4) do modelo OSI definido pela ITU-T: tele-serviço, telesserviço ou teleserviço (neste último caso, pela regra, deve ler-se o "s" como "z")?
Telenovelas brasileiras e colocar / pôr
Por um feio (e pernóstico) hábito de linguagem, muitos brasileiros empregam o verbo "colocar" em lugar do verbo "pôr", em construções como esta: "Colocou em cima da mesa...". Isto, contudo, não configura uma "norma" no Brasil, tal como pressupõe a seguinte resposta do Ciberdúvidas, datada de 19/6/00: "Na norma portuguesa, emprega-se o verbo pôr em todas as expressões citadas. Torna-se até um pouco especioso o uso do verbo colocar, embora ultimamente se ouça muito. Talvez por influência da norma brasileira veiculada pelas telenovelas..."
Concordo com a intenção da crítica, mas não com seu conteúdo. Norma é sinônimo de regra. Em matéria vernácula, as normas são fixadas pela tradição, pelos cultores da língua, pela boa literatura. Telenovelas não ditam normas. Apenas macaqueiam os vícios da linguagem popular.
A propósito, preferiria que o Ciberdúvidas, ao tratar do português do Brasil, utilizasse o parâmetro consagrado pelos bons autores, que temos muitos. É um favor que lhes peço. Julgar o nosso português pelo que se escuta nas telenovelas é quase uma forma de humilhar – muito embora, apresso-me a dizer, não tenha sido esta a intenção, no caso específico.
Obrigadíssimo.
Tempos verbais do mesmo modo, outra vez
Ao ler a resposta dada a Andréia Lima, "Tempos verbais do mesmo modo", surgiu-me uma dúvida. Transcrevo abaixo a resposta dada;
«Insira o "disquete" de "setup" número 1 e ligue o computador.»
Nesta frase, insira e ligue são ambos predicados de orações absolutas (independentes). Encontram-se no modo conjuntivo, tempo presente, para exprimir uma ordem atenuada, uma solicitação.
"Insira" e "ligue" não estariam no modo imperativo (insira/ligue você/ele)?
Um abraço a todos!
Andara / havia andado / tinha andado
Ao referirmo-nos a um acontecimento anterior a outro já passado, qual é a forma correcta?
- Quando parou, já andara dez quilómetros. - Quando parou, já havia andado dez quilómetros. - Quando parou, já tinha andado dez quilómetros.
Li, em algum autor português, a forma havia andado. É de influência espanhola?
Ter por
Qual a preposição correcta numa frase como a seguinte: "Diferentes serviços têm como / por missão a protecção..." Obrigada pelo vosso esclarecimento.
Etimologia de admirar
Gostaria de saber a origem da palavra admirar.
Ao depois
Os meus pais utilizam muitas vezes a expressão "ao depois" para dizer "há pouco tempo", "há bocado" mas nunca sube se era correcto ou não. Estudei português no estrangeiro e sempre tive receio de fazer essa pergunta aos meus professores. Sei que esta expressão existia no século XVI.
Obrigadíssima.
A maior / a menor, outra vez
"A maior / a menor" são locuções usadas no Brasil com o sentido de, respectivamente, "a mais / a menos". Vêm registradas na última edição do Aurélio. Veja-se, por exemplo, o seguinte passo do Código Tributário Nacional (Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966): "Art. 49 - O imposto [sobre produtos industrializados] é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados."
