Porque não se deve, atualmente, escrever a letra "s", após a letra "h", quando estiverem abreviadas?
Aprendi quando criança que o aumentativo de pé é pelão. Afinal, pelão está errado?
Gostava de saber qual é a origem da expressão "a curiosidade matou o gato".
Desde as últimas reformas ortográficas, o alfabeto da língua portuguesa em uso no Brasil admite apenas para casos muito especiais a utilização das letras k, w e y.
Ainda que os sistemas de transliteração existentes possam fazer uso de tais signos (conforme Leonor Santa Bárbara – 3/8/99), na tentativa de registro das línguas indígenas brasileiras (ágrafas, aliás), como escrevê-las corretamente diante daquele impedimento gramatical, já que as mesmas não são abrangidas pelos casos especiais?
Dúvida de resposta anterior
Pergunta/Resposta
Como é que se distingue o "que" sujeito do "que" complemento directo?
Luísa Neves
Universidade do Algarve
Portugal
Para distinguirmos complemento directo e complemento indirecto, vejamos, então, estas duas frases:
a. O João é o homem que está ali.
b. Já li o livro que me deste.
A segunda oração da frase a) é a seguinte: que está ali.
Sabemos que o pronome relativo que é igual a o qual, a qual, os quais, as quais, conforme o antecedente, conforme o nome que está a substituir.
Na 2.ª oração, o pronome que tem por antecedente o homem, isto é, o qual homem.
Substituamos então o pronome que por o qual homem. Teremos, então, a 2.ª oração transformada assim: o qual homem está ali, em que o qual homem é o sujeito de está ali.
Já sabemos que o qual homem tem o mesmo valor sintáctico do pronome relativo que.
Conclusão: se o qual homem é o sujeito de está ali, então o pronome que desempenha a função sintáctica de sujeito.
Vejamos agora a frase b):
Tem duas orações. A segunda é: que me deste.
Este que tem como antecedente o livro. Está em vez de o livro. Compreende-se, porque um pronome está em vez dum nome. Então, tiremos o que e ponhamos lá o livro. Ficará assim: o livro me deste. Mas todos sabemos que as palavras ditas por esta ordem não ficam bem. Então ponhamo-las pela ordem que deve ser, pela ordem correcta. Teremos então: deste-me o livro. Vemos imediatamente que o livro é o complemento directo de deste: deste o livro.
Já vimos que o livro tem o mesmo valor sintáctico do pronome que. Por isso é que substituímos este por o livro.
Vemos imediatamente que o livro é o complemento directo de deste. Conclusão: o pronome que é o complemento directo de deste, porque tem o mesmo valor de o livro.
José Neves Henriques
Tomando por base a resposta que foi dada à consulente, uma coisa não ficou clara para mim.
O mesmo raciocíno que foi desenvolvido para a frase a) «O João é o homem que está ali», acredito conseguir desenvolver na frase b) «Já li o livro que me deste.»
Desta forma a 2.ª oração ficaria «O qual livro me deste». O qual livro é sujeito então o pronome "que" desempenha função de sujeito e não complemento.
Para escrever João Cordeiro, abreviando o primeiro nome, escrevo J. Cordeiro; porém, para abreviar Ângelo Cordeiro, devo escrever A. Cordeiro (A. sem acento circunflexo) ou Â. Cordeiro (Â. com acento circunflexo)? Qual a regra gramatical a aplicar?
Muito obrigado pelo esclarecimento.
Olá, sou Cibélle, moro no RS e sou estudante do curso de Letras port./ing. da universidade de Santa Cruz do SUl – UNISC; também dou aulas de inglês.
Tenho um trabalho a fazer de Língua Portuguesa II, e gostaria que me ajudassem. Preciso fazer uma resenha sobre a importância da fonética e da fonologia para o professor de línguas. Se puderem me ajudar tanto com material para minha pesquisa, como também com um pequeno resumo sobre o assunto, desde já agradeço!
Faz já anos que procuro uma tradução apropriada para "array".
1. Tenho usado "matriz", mas confesso que não gosto da tradução. É de toda a conveniência usar "matriz" apenas no seu sentido matemático. Assim, um "array" unidimensional pode ser usado para representar um vector e um "array" bidimensional pode ser usado para representar uma matriz, existindo ainda "arrays" de dimensão superior a dois sem equivalente na nomenclatura matemática (que eu conheça).
2. Pensei em "renque", que tem o mesmo significado de alinhamento de tropas da palavra "array". Foi dito numa resposta anterior relativa ao mesmo assunto que "renque" tem um significado demasiado linear, o que é verdade.
3. Pensei também em "arranjo", que tem a vantagem de ser usado também em castelhano ("arreglo"). Tem no entanto a desvantagem de o mesmo termo se usar em matemática (combinatória) num sentido muito diferente.
Numa resposta anterior foi dito que uma vantagem de "arranjo" era ter a mesma base etimológica de "array". Acontece que isso não é verdade!
Segundo o dicionário Merriam-Webster, "array" deriva do Latim "arredare", de "ad-" + uma palavra de origem germânica com o sentido de "arranged". As únicas palavras portuguesas que encontrei com a mesma origem são "arreio" e "arrear", que não parecem muito apropriadas neste caso...
Segundo o dicionário Porto Editora, "arranjo" deriva do francês "arranger", que por sua vez, segundo o dicionário Petit Robert, deriva de "ranger", ou seja, dispor em "rangs", sendo que "rang" deriva de "renc" (de onde vem o português "renque", segundo o dicionário Porto Editora), que por sua vez deriva do frâncico "hring", do alemão "Ring".
4. No Ciberdúvidas encontrei a sugestão "ordenação", mas confesso que não me convence, sobretudo porque se confunde com o acto de ordenar, muito importante em informática.
5. Hoje encontrei na Rede uma discussão em língua castelhana sobre o mesmo tema onde sugeriam "formação".
Julgo que a palavra "formação" é a que acaba por resultar numa melhor tradução. Por um lado, pode ser aplicada a disposições tanto uni- como bidimensionais. Por outro lado tem o mesmo significado militar de "array". Finalmente, pelo menos na área da informática, não se confunde com nada.
Que lhes parece?
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