Comprei recentemente a edição fac-similada do famoso Cozinheiro dos Cozinheiros de Plantier. É um livro extraordinário, no sentido gastronómico do termo. Mas também achei muito interessante as diferenças na grafia do português, desde o final do século XIX, e algumas palavras agora muito raras (trocazes, láparo, lebracho, tencas, etc.).
Mas a minha pergunta concreta tem a ver simplesmente com a palavra às (contr. de prep e artigo) que nesse livro surge sempre como "ás."
A minha pergunta é quando tal mudança teve lugar na ortografia portuguesa e porquê.
Muito obrigado.
Como ficaria no feminino o seguinte verso de Antero de Quental: «Paladino do amor,busco anelante» [de "O Palácio da Ventura"]?
Grata.
Tenho visto as duas formas, "primaço" e "primasso", escritas nas redes sociais para se referirem a primos chegados ou muito amigos.
A pergunta é, qual das formas está correta, se é que alguma o está, uma vez que ambas não constam em nenhum dicionário?
Obrigado
Examinem-se as seguintes frases:
«Quando foi que te vi tão bonita?»;
«Quando é que te vi tão bonita?».
Não falta na segunda frase a harmonia dos tempos verbais? Pois dizemos «Foi ontem que te vi tão bonita», mas não «É ontem que te vi tão bonita».
Obrigado.
A palavra bastante, além de poder classificar-se como adjetivo ou advérbio, pode aínda funcionar como pronome indefinido?
Obrigado.
A palavra coitado vem de coito ou de coita?
Gostava de saber qual o significado do verbo gabiar, na minha zona é fazer valas para plantar bacelo ou outras árvores novas, mas como só encontrei a conjugação do verbo sem significado.
Obrigado
Pedia que me esclarecessem se a frase apresentada é coerente atendendo à sintaxe do verbo treinar:
«Vou treinar a conduzir na mota do meu pai.»
Aproveito ainda para vos perguntar se é admissível a expressão destacada («conduzir na...») ou se o verbo conduzir apenas suporta um complemento direto.
Cordialmente.
Gostaria de saber o significado e qual o correto entre penico e pinico.
Em meio da análise das funções sintáticas na expressão «(...) todos [os instrumentos] eram de um manejo laborioso e lento», excerto do conto "Civilização" de Eça de Queirós, deparei-me com dúvidas, particularmente quanto aos dois adjetivos.
A predicação do sujeito «todos» pelo constituinte «de um manejo laborioso e lento» parece-me óbvia, numa das muitas aceções do verbo «ser», como «ter uma certa qualidade» ou «mostrar-se». Mas, ao interrogar a função sintática específica dos adjetivos como elementos ligados ao nome «manejo», permanece a questão: trata-se de um complemento do nome (apesar de serem adjetivos qualificativos e não relacionais), por fazer falta à especificação do seu sentido?
Vejamos o que sucederia na ausência dos referidos adjetivos: «Todos [os instrumentos] eram de um manejo». Este enunciado não seria de modo algum congruente. Ou devemos considerar em todo o caso que se trata de um modificador do nome restritivo, por serem adjetivos qualificativos? Aqui, no Ciberdúvidas, numa questão similar, atribui-se ao adjetivo neste tipo de expressão, isto é, interno ao predicativo do sujeito, a função de modificador do nome restritivo.
O certo é que existem muitas expressões análogas, como por exemplo, «Este é um homem de um prestígio enorme» ou «enorme prestígio». Nesta, pode-se retirar, sem perda de sentido, o adjetivo qualificativo: «Este é um homem de prestígio». A palavra «prestígio» tem, neste caso, valor semântico suficiente para assegurar a gramaticalidade do enunciado. No caso em apreço, com a palavra «manejo», porém, parece-me não estar assegurada a mesma condição.
Outro exemplo em que o adjetivo é essencial: «Esta lata é de abertura fácil». Ou, ainda: «Este assunto é de grande importância». Pergunta-se «De que tipo de abertura é esta lata?/Qual o tipo de abertura desta lata?». Resposta: «Fácil».
Aplicando à frase inicial: «Como é o manejo de todos estes instrumentos?» Resposta: «Laborioso e lento», sendo que o que a pergunta realmente quer saber e que os adjetivos exprimem é «o modo como se manejam».
Obrigada!
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