Apesar de diversas vezes já questionado, acerca do tratamento na segunda pessoa, ainda tenho as seguintes dúvidas:
Em questões anteriores referiu-se que o tratamento pelo nome utiliza sempre a forma verbal na 3.ª pessoa: «O Pedro vai para casa?» Supondo que estamos num grupo de amigos, num tratamento informal e desejo fazer a mesma pergunta a um amigo, diria: «Pedro vais para casa?» Aqui já utilizo a segunda pessoa. Ou será que está subentendido «Pedro, (tu) vais para casa?»?
A mesma questão reside na segunda pessoa do plural. Embora já não seja utilizada actualmente, ainda se encontra com frequência na linguagem escrita a utilização do vós para nos dirigirmos a uma pessoa de um modo formal: «Vós ides para casa?»
Como ficaria se me dirigisse à mesma pessoa pelo nome ou pelo seu título: «Vossa Excelência ides para casa?» ou: «Vai para casa?»? «Vossa Alteza deseja»... ou: «Vossa Alteza desejais...»?
Dado que se me dirigisse por vós utilizaria a 2.ª pessoa, com ides e desejais, parece-me que o tratar pela 3.ª pessoa (comparável ao você) é uma forma menos formal e menos própria.
Por outro lado soa-me melhor a seguinte forma: «Vossa Alteza ide para casa?»
Mas esta forma deve estar incorrecta.
Uma outra questão. Como faria para me dirigir a um grupo heterogéneo de pessoas (isto é, com pessoas a quem me dirigiria por tu, outras por você e outras por vós ou vossa excelência). Se me dirigisse por «vocês» estaria a ser incorrecto às vossas excelências, se me dirigisse por «vossas excelências» significaria que na realidade estaria a me dirigir apenas a algumas delas ignorando as restantes. Será que a única possibilidade será «Os senhores»?
Numa resposta anterior sobre este tema (Bagdade) transcreve-se o seguinte: «(...) Recomenda-se que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Genève por Genebra; Jutland por Jutlândia; Milano por Milão.»
Conheço e aplico a regra, mas a minha dúvida é exactamente esta: como saber se determinada forma portuguesa está "viva"? No caso concreto, o nome que me suscita a pergunta é Brisgóvia (em alemão, Breisgau). Será que esta forma ainda se utiliza? Como posso ter a certeza, evitando assim escrever palavras "antiquadas"?
Desde já muito obrigada pelo vosso esclarecimento.
Diversas vezes ouvimos a referência a pregadeira em relação ao comum alfinete de peito mas outras vezes também a broche. Gostaria de saber qual a relação entre ambas as palavras, se são sinónimos ou se se utilizam em circunstâncias distintas.
Em Julho o vosso colaborador A. Tavares Louro respondeu à minha questão sobre a forma correcta de traduzir a palavra "agency" para português.
Na altura afirmou o seguinte:
«1. Dado que a palavra "agency" é de origem latina, ela corresponde ao mesmo campo semântico da palavra agência e, por isso, em muitos dos seus significados a tradução directa é fácil.
«Conviria que a palavra "agency" tivesse sido apresentada no contexto que deu lugar à dúvida em questão. Como não é possível, apresentaremos algumas notas que nos parecem úteis.
«A palavra agência, que está relacionada com o verbo agir, inclui os significados seguintes: diligência, actividade e capacidade de agir.
Casos especiais para a tradução da palavra " agency":
"free agency" – livre arbítrio
"he got it by the agency of friends" – conseguiu isso por intermédio de amigos.
"by this agency" – por este meio.»
Uma vez que A. Tavares Louro afirma que conviria ter apresentado o contexto onde a dúvida surgiu, envio um pequeno texto em inglês que apresenta várias utilizações da palavra "agency".
O mesmo texto utiliza a palavra "agentic". Como traduzir esta palavra para português? Agradeço, antecipadamente, a vossa ajuda.
Social Cognitive Theory: An Agentic Perspective
Albert Bandura
«Abstract the capacity to exercise control over the nature and quality of one's life is the essence of humanness. Human agency is characterized by a number of core features that operate through phenomenal and functional consciousness. These include the temporal extension of agency through intentionality and forethought, self-regulation by self-reactive influence, and self-reflectiveness about one's capabilities, quality of functioning, and the meaning and purpose of one's life pursuits. Personal agency operates within a broad network of sociostructural influences. In these agentic transactions, people are producers as well as products of social systems. Social cognitive theory distinguishes among three modes of agency: direct personal agency, proxy agency that relies on others to act on one's behest to secure desired outcomes, and collective agency exercised through socially coordinative and interdependent effort. Growing transnational embeddedness and interdependence are placing a premium on collective efficacy to exercise control over personal destinies and national life.»
Segundo o Dicionário Aurélio o verbo 'premir' é defectivo. Gostaria de saber se é realmente assim, ou se isto está a mudar, pelo menos em Portugal, onde seu uso é muito corrente no jargão informático, quando não se quer utilizar 'clicar': 'Prima o botão, o rato, etc...'.
Muito obrigada.
Cromatografia hidrófoba ou cromatografia hidrofóbica?
No provérbio «A homem pobre ninguém roube», o sintagma "a homem pobre" desempenha a função sintáctica de complemento de objecto indirecto, de agente da passiva, de adjunto adverbial, de predicado ou de complemento de objecto directo preposicionado?
Escreve-se bebeteca ou bebéteca?
Pode encontrar várias vezes esta palavra, sempre sem acento, se for ao Google.
Referem-se sempre à secção para bebés de Bibliotecas. Simplesmente... bebé escreve-se com acento e, na Biblioteca Municipal de Sintra, se não erro, no painel de entrada, está escrito "bebéteca"!
Como faço parte da APP e estamos a desafiar as Câmara Municipais a oferecerem livros aos bebés gostaria que a grafia fosse correcta. Pode ver o nosso projecto em www.app.pt/omb
Obrigado.
P.S.- Informo que acabámos de colocar uma ligação para o Ciberdúvidas na primeira página Web da nossa associação. www.app.pt
Em que casos se utiliza o itálico e as aspas? Sei também que há dois tipos de aspas: as de citação e as de subjectividade.
Existe um concenso ou uma regra acerca do seu uso?
Obrigada.
Gostava de saber como designar os símbolos < e > quando utilizados em linguagem normal (ex. < a gravar >), ou seja, quando não associados ao contexto matemático em que simbolizam a ideia de "menor que" e "maior que".
Será que podem ser designados de aspas apenas (como os sinais << e >>) ou existe outra designação mais adequada?
Obrigada pelo esclarecimento.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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