A sua questão levanta alguns problemas.
No caso que apresenta, Rebelo Gonçalves, no seu respeitado «Vocabulário», recomenda Brisgóia e não Brisgóvia como escreveu.
É facto que as normas em vigor (portuguesa e brasileira) recomendam o uso de formas vernáculas, e há efectivamente muitos desses nomes ainda em uso (ex.: Londres, Milão, etc.). Encontram-se tais topónimos, ditos vernáculos, em diversas obras.
O problema, como muito bem salienta, é saber se uma dada dessas formas não se terá já na realidade tornado anacrónica. Por exemplo, a forma vernácula de `Oxford´, segundo José Pedro Machado e segundo Rebelo Gonçalves, é `Oxónia´, designação que já só os saudosistas usam...
Os dicionários idóneos indicam o topónimo actualizado no verbete da entrada sobre o etnónimo (ex.: Madrileno: de Madrid [bras.: de Madri]). No «Prontuário» da Texto os topónimos estão inseridos no `Vocabulário de Dificuldades´.
Quando não se encontra o topónimo actualizado e continua a haver dúvidas, há sempre a solução de escrever o termo na grafia de origem entre plicas (ex.: `Oxford´). Reconheço, contudo, que está a difundir-se o hábito de nos nomes próprios estrangeiros não fazer mesmo nenhuma reserva.
NOTA: Para mim, as comas simples significam, neste caso, um mero sublinhado de que não se trata de um nome da nossa língua (sublinhado mais ligeiro do que as comas duplas, aspas ou itálico).
Ao seu dispor,