Deve-se dizer “acuidade” ou “acuracidade”? E no Brasil?
Ao ler uma composição de Camões, deparei-me com a expressão «dar porrada de cego». Gostava de saber se é uma expressão idiomática.
Além disto, há algum dicionário dos termos utilizados por Camões?
Agradeço a atenção e envio a composição.
A este moto seu:
Venceu-me Amor, não o nego;
tem mais força qu'eu assaz;
que, como é cego e rapaz
dá-me porrada de cego!
Volta
Só porque é rapaz ruim,
dei-lhe um bofete, zombando;
diz-me: – Ó mau, estais-me dando
porque sois maior que mim?
Pois se eu vos descarrego...
em dizendo isto, chaz!
torna-m' outra. Tá! rapaz,
que dás porrada de cego!
Camões
Muito obrigada.
Nas frases «Aconselhei-a a não sair de casa» e «Estou cansado, senão ainda íamos trabalhar», como divido e classifico as orações? No caso da primeira frase, a preposição pertence à subordinante ou à subordinada substantiva infinitiva? Na segunda, a ideia de condição parece estar patente, mas não me parece bem afirmar que a segunda é adverbial condicional, quando a condição está na primeira, como indica esta frase de sentido equivalente: «Se não estivesse cansado, ainda íamos trabalhar.»
Os meus agradecimentos.
Gratas saudações pelo excelente serviço prestado.
Esclareçam-me, por favor: considera-se que só existe oração subordinada substantiva infinitiva quando esta contém uma forma verbal no infinitivo pessoal (Ex.: «É bom respirares este ar.»). Como dividir e classificar, então, as orações presentes na primeira frase de uma carta que Eça de Queirós envia ao seu amigo Oliveira Martins: «Deixa-me primeiro dar-te algumas notícias minhas.»
Segui pela 1.ª vez a emissão da rubrica "O Jogo da Língua", na Antena 1, cuja pergunta era sobre o coletivo «cáfila».
Na minha pesquisa sucinta, cheguei a outra conclusão, a qual passo a descrever: «Cáfila – Comboio de mercadorias no interior da Ásia e África; corja, bando, súcia.»
Encontrei no mais recente dicionário da Porto Editora as grafias “mini-saia” e “minissaia”. É mesmo assim? A que regra posso recorrer para não ter dúvidas com este prefixo “mini-”? Fiquei a saber, pelas vossas respostas, que miniteste não leva hífen...
Antecipadamente agradecida pela vossa atenção.
A TLEBS não refere as orações interrogativas indirectas, classificando-as apenas como completivas. Porém, se nos orientarmos pelo que aí é dito sobre este tipo de subordinadas, ficamos sem saber como devem ser analisadas frases do tipo das que seguem:
1. Diz-me como te chamas.
2. Ignoro onde ela vive.
3. Perguntei quando regressavas.
4. Não sei que aluno faltou à aula.
5. Não sei quantos alunos faltaram às aulas.
De facto, a TLEBS não fala de advérbios interrogativos e parece não fazer referência a determinantes interrogativos. Aliás, a enumeração dos vocábulos que, segundo a TLEBS, podem introduzir subordinadas completivas não inclui nenhum dos que acima utilizamos. Que devemos concluir?
Ainda outra dúvida: como devemos dividir e classificar as orações na frase «Não sei (o) que tenho»:
a) Subordinante: «Não sei o (=aquilo)»;
Subordinada relativa: «que tenho»;
ou
b) Subordinante: «Não sei»;
Subordinada completiva (interrogativa indirecta?): «o que tenho.»
Muito obrigada.
Já está claro para mim que o antigo complemento circunstancial foi substituído pelo termo modificador. Submeto à vossa consideração a análise sintáctica desta frase: «Ontem, o João deu-lhe o livro no café.»
Eis como a analiso:
Sujeito: «O João».
Predicado: «Ontem, deu-lhe o livro no café».
Complemento directo: «o livro».
Complemento indirecto: «lhe».
Modificador (digo “modificador 1”, “modificador de tempo” ou simplesmente “modificador”?): «Ontem».
Modificador (“2”, “de lugar” ou apenas “modificador”?): «no café».
Grata pelo esclarecimento.
Aquando da redacção de uma carta de apresentação dirigida a uma senhora possuidora de mestrado e em fase de conclusão de doutoramento, deparei-me com a dúvida na forma de tratamento: «Exma. Mestre» ou «Exma. Doutoranda»?
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