Sou revisor de traduções médicas e tenho uma dúvida persistente. Criam-se «anticorpos contra», ou «a alguma coisa»?
Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns aos colaboradores do Ciberdúvidas pelo excelente trabalho desenvolvido e de agradecer o contributo dado para a dignificação da língua portuguesa. Na TLEBS, surgem vários processos de neologia: «extensão semântica», «empréstimos interno» e «externo», «amálgama», «sigla», «acronímia» e «onomatopeia». Os conceitos «empréstimo interno» e «extensão semântica» são muito próximos, mas, no meu entender, a distinção entre ambos não é muito difícil. Penso que a noção de empréstimo interno se aplica quando estamos perante um intercâmbio que se baseia em propriedades, em semelhanças físicas do que é representado pelas unidades lexicais. É o exemplo de «rato» (TLEBS). O intercâmbio é possível dada a semelhança entre o «rato» (animal) e o «rato» (dispositivo informático). Quanto à extensão semântica, é um conceito que, tal como o nome indica, se aplica quando uma palavra passa a ser usada num outro domínio, dado o seu significado, o seu conteúdo semântico. É o caso de janela (TLEBS), que é usada no mundo informático pelo seu significado – abertura pela qual se estabelece comunicação. Não sei se esta interpretação estará totalmente correcta, mas é dela que parto para expor a minha dúvida. Como fazer a distinção entre estes conceitos e a noção de polissemia? Um exemplo de polissemia dado no documento TLEBS: alterações, destaques, propostas, disponível no sítio do Ministério da Educação, é a palavra operação (cirúrgica, matemática...). Esta palavra não pode ser um exemplo de extensão semântica? Porquê? Para mim é difícil compreender a diferença, principalmente quando a definição de extensão semântica é, no mesmo documento, «característica própria da evolução das unidades lexicais (...) cujos conteúdos semânticos são susceptíveis de adquirir novas polissemias através do uso.» Por exemplo, sempre considerei a palavra «caracol» uma palavra polissémica. Mas até então não havia estes novos conceitos de empréstimo interno e extensão semântica. Além disso, e li isto em algumas gramáticas, um dos critérios para identificar palavras polissémicas (e distingui-las, por exemplo, de palavras homónimas) era o facto de estas corresponderem a uma única entrada do dicionário. Mas é o que acontece com as palavras «rato» e «janela». Daí a minha dúvida. Por que motivo não se classificam estas palavras como palavras polissémicas? E relativamente à palavra «caracol», é uma palavra polissémica? É um empréstimo interno? É um exemplo de extensão semântica? Não sei se estas dúvidas são absurdas. E não sei até que ponto estas noções se excluem... Será que a polissemia é uma noção mais abrangente, que engloba depois o empréstimo interno e a extensão semântica? Será que os exemplos dados são, todos eles, palavras polissémicas, mas depois, mais especificamente, podem ser classificados como empréstimos internos ou extensões semânticas? Peço desculpa pela extensão da minha dúvida e espero que ela não seja totalmente absurda.
O que é "significação literal” e “contextual” dos vocábulos?
Penso que a palavra “margem” não pertence à família da palavra “mar”. Mas caso isto seja verdade, qual é a raiz da palavra “margem”? Obrigado
Mais uma vez, recorro aos vossos bons ofícios para esclarecimento de uma dúvida. Tenho ideia de já ter lido em jornais (e talvez mesmo, não tenho a certeza, em publicações de carácter científico) a expressão "toxinfecção alimentar". Só hoje, por causa de uma dúvida colocada por uma colega, verifiquei que a palavra "toxinfecção" não se encontra nos diconários (pelo menos naqueles que consultei, quase todos da Porto Editora). Só no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenado por José Pedro Machado, edição de 1981 dos Amigos do Livro, encontrei a palavra "toxi-infecção". A minha dúvida é, pois, a seguinte: “toxinfecção” está errado? “Toxi-infecção” é a única forma correcta de nos referirmos aos estados patológicos provocados por toxinas segregadas por agentes infecciosos? Agradeço antecipadamente os vossos esclarecimentos.
Tenho uma dúvida relativamente à identificação das formas nominais nas frases que a seguir apresento: a) Para ensinar, é preciso aprender. b) Viver não custa; o que custa é saber viver. Na primeira frase, não tenho dúvida que "aprender" é forma nominal, assim como "viver", na segunda frase. Mas "ensinar", na primeira, é forma nominal? E na alínea b), "saber viver"? Muito obrigada.
Sou produtora de anúncios numa estação multicultural canadiana. Gostaria de saber qual é a diferença que existe entre as palavras “técnicos” e “tecnólogos”. E qual é a mais correcta na tradução para português das frases 1. "MRI Technicians" 2. "MRI Technologists" O dicionário que temos na estação não ajuda muito, e os meus colegas portugueses afirmam que já não se usa a palavra “tecnólogos”. Agradeço antecipadamente a sua resposta.
Como se escreve a palavra que designa um tipo de gordura de porco usada na culinária – “cerro” ou “serro”?
Não se trata de uma dúvida de carácter linguístico, mas sim de uma angústia sobre como fazer a distinção entre modo de apresentação e de representação do discurso narrativo, na medida em que tenho visto várias versões do mesmo assunto. Represento o discurso através do diálogo, da narração, da descrição e do monólogo? Apresento o discurso sob a forma de discurso directo, indirecto e indirecto livre? Ou é justamente o inverso?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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