DÚVIDAS

Modalidade deôntica com valor de ordem
Na frase «Ora, nesta noite, vamos acabar com o estado a que chegámos», a modalidade evidenciada será a deôntica (valor de obrigação) ou a epistémica (valor de certeza)? A minha dúvida prende-se com o facto de não haver utilização do modo imperativo ou de um verbo modalizante, como dever, para ser considerada deôntica. Contudo, a frase parece implicar uma intenção de exortar à ação. Agradeço, desde já, a vossa ajuda no esclarecimento desta dúvida.
«É a tua irmã» vs. «é tua irmã»
Ultimamente tenho recebido muitas perguntas dos meus amigos que imigraram recentemente para Portugal e estão a tentar aprender a língua. De facto são muitas as dúvidas e poucas as fontes de informação. Uma das questões mais confusas é o uso do artigo definido antes dos pronomes possessivos. Por exemplo: – Pedro, a Filipa é (tua/ a tua) irmã? – Qual é (sua/ a sua) profissão? Acho que as duas formas são aceitáveis, no entanto, sendo estas perguntas retiradas de um teste de português, acredito que haja “a resposta”. Agradecia que me esclarecessem essa questão.
Esmolecer e afeiurado
Cumprimento, com apreço, a estimada equipe lusitana, a fim de sanar a seguinte ponderação: Em uma aula de processo e formação de palavras, um grupo de alunos perguntou-me sobre a existência, na língua portuguesa, de dois vocábulos: "esmolecer" e "afeiurado". Fazendo uma breve pesquisa dicionarística, não pude encontrar evidências para afirmar a concretude das palavras. Ouso, portanto, dirigir-me à terra de Camões, a fim de elucidar aos meus diletos estudantes a dúvida que nos atordoa. Certo da cooperação, parabenizo-os pela espetacular ajuda aos estudantes do vasto idioma neolatino.
Interrogativas: «o que é que...?» e «o que que...?»
Tenho a idea de que em Portugal se usa «que é que» como a forma mais correta em casos como «o que é que ele faz?», «o que será que», «de que é que», etc. Mas que no Brasil a parte «é que» já não é usada, tendo este idioma [sic] uma maior preferência pela chamada simplificação: «que ele faz?», «que será», «de que», etc. Não consigo encontrar uma referência sucinta que: 1- Explique se existe de facto tal diferença entre o nosso lusitano português e o do Brasil. 2- Explique e defenda tal uso em Portugal, isto é, que as várias formas aqui exemplificadas por «o que é que ele faz» são mais corretas do que as que seguiriam como exemplo «o que ele faz». Seria possível tal explicação, e também por favor as referências em que esta se basearia? Aproveito para vos agradecer imenso pelo bom trabalho! Vocês ajudam a formar pilares necessários para a língua portuguesa! Parabéns!
Sobre o uso de onde
Não foram poucas as vezes em que tive de pesquisar quais as situações nas quais se usa a palavra onde, após me deparar inúmeras vezes com ela sendo usada, muitas vezes de forma claramente incorreta, como referência às mais diversas coisas, desde períodos de tempo a textos e equações, em contextos que exigem linguagem formal, como notícias, artigos e livros texto. Sempre cheguei à mesma resposta: a palavra onde deve ser usada unicamente como referência a lugares físicos. Minha pergunta é: existe algum contexto dentro da linguagem formal em que seja permitido o uso da palavra como referência a algo que não seja um lugar, alguma nuance que o permita ou algum erro na resposta que encontrei inúmeras vezes? Acho difícil acreditar que a palavra seja tão amplamente utilizada de forma incorreta em contextos formais, e é mais provável que seja eu quem está errado, mas não encontro nenhum material que indique isso. Obrigado.
O pronome arcaico elo
Me deparei, enquanto procurava pelo significado de algumas palavras pela Internet, que a palavra ''elo'' (uso arcaico) poderia significar: isto, isso, aquilo. Isto aparece facilmente no dicionário do Google, porém nenhuma pesquisa a fundo que tentei mostrou resultados deste uso indicativo para ''elo''. Poderia alguém mencionar algum trecho em que acharam este uso para elo? Obs: Já li vários livros de linguagem mais rebuscada, porém nunca vi tal uso.
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