O constituinte dele desempenha na frase em questão a função sintática de complemento do nome.
O nome pele, no contexto em que está a ser usado, corresponde a uma parte do corpo de alguém. Ora, um dos contextos que desencadeiam o aparecimento de complementos do nome é aquele em que estes «denotam entidades que mantêm uma relação de partes a um todo com outra entidade de que são componentes (como, por exemplo, mantêm as partes de um edifício com esse edifício […])»1.
Por esta razão, o constituinte «do João», na frase (1), desempenha a função de complemento do nome:
(1) «A pele do João é muito sensível.»
Este constituinte pode ser substituído por dele, que corresponde à contração da preposição de com o pronome pessoal ele. Trata-se de uma construção que tem valor possessivo (equivalente ao do determinante possessivo sua). Na frase (2), o constituinte dele tem igualmente a função de complemento do nome:
(2) «A pele dele é muito sensível.»
Na frase apresentada pelo consulente, estamos perante uma situação idêntica à que se apresenta atrás, pelo que dele tem a função de complemento de nome.
Disponha sempre!
1. Raposo et al., Gramática do português. Fundação Calouste Gulbenkian, cf. p. 743