DÚVIDAS

«Correio do coração», «consultório sentimental»
Estou a traduzir um livro sobre os Direitos Humanos para a Juventude e, de momento, deparei-me com algo que diz: «advice column». Estas colunas são aquelas para as quais uma pessoa envia uma pergunta sobre um qualquer problema que tenha e que lhe é respondido na revista sobre o seu problema. Este tipo de colunas pode ser encontrado nas revistas Ana, Maria, TV 7 Dias entre outras, mas eu estou a ter o problema de lhes saber dar um nome. Será que me poderiam ajudar com isso? Obrigada.
Percepção da pronúncia do Norte de Portugal
Como espanhol, luto com a pronúncia portuguesa quase quotidianamente, mas é com grande prazer! Gostaria de uma explicação sobre a percepção de certos fenómenos fonéticos do Norte de Portugal: o acréscimo /j/ em palavras do tipo gajo, fecho, hoje. Acho que para os nortenhos essa é a única pronuncia correcta para uma pessoa que não quer fingir ser de Lisboa (ao contrário de outros fenómenos do Norte estigmatizados como incorrectos pelos próprios nortenhos – como pronunicar /vjerde/, /pworto/, ou trocar os /b/ por /v/). Qual é a percepção destes fenómenos por um falante do Centro do país? Além disso, a pronúncia ditongada de "ou" em sou /sou/ parece-me ser a única "normal" do Norte, mas como se percebe o "ou" pronunciado como /ɔu/? Obrigado pela sua resposta que com certeza trará clareza na escuridão que representa a fonética portuguesa para um pobre pentavogalista espanhol como eu... Parabéns pelo seu trabalho.
Dever e ter de em normas oficiais
Consulto frequentemente o vosso sítio e desde já vos felicito pelo excelente trabalho. Tenho um problema com a utilização do deve (opcional) ou tem de (obrigatório). Uma norma (conjunto de regras a seguir) é (ou devia ser) escrita utilizando o princípio da clareza (linguagem clara e compreensível para todas as pessoas). Sendo a frase: «A entidade X deve escolher o método A ou o método B e deve aplicar o método escolhido no quadro 1.» Neste caso, o «deve aplicar» está correcto, ou utiliza-se tem de ou mesmo o verbo na forma activa? Outro caso: «A entidade X deve garantir os items x, y e z.» Se é uma norma (regra a seguir) obrigatória, o deve na frase torna a acção opcional. Neste caso, penso que deveria ser «A entidade X têm de garantir...» ou «garante» de forma a a acção ou situação ser obrigatória. Quando uma norma é transposta a aviso na legislação portuguesa através do princípio da legalidade (onde a norma fica submetida à lei), contendo o mesmo texto (com deve), como deve ser interpretada? Este problema é claro na língua inglesa, onde shall e must são claramente opcional e obrigatório, respectivamente. Mas a tradução de normas EN para PT origina muitas situações idênticas às referidas. Como fica: deve, ou tem de? Grato pela atenção.
Os contextos de preferentemente, preferivelmente e preferencialmente
Gostaria, se possível, que dessem exemplos de utilização dos advérbios preferentemente, preferivelmente e preferencialmente, pois, nas consultas que fiz ao sítio, consta apenas que há uma sutil diferença que, por vezes, não consigo perceber. Por exemplo, nesta notícia do sítio terra.com.br: «O jogador argentino Defederico, contratado recentemente pelo Corinthians, preferencialmente (ou preferentemente, ou preferivelmente), atua pelos lados do campo.» Obrigado!
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa