Gostaria de saber se existe alguma diferença de sentido entre o uso de ainda que / embora / mesmo que.
Por exemplo:
– Ainda que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Mesmo que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Embora hoje tenha tempo, não vou às aulas.
Li num livro que a locução/conjunção usada dependeria de saber se é de um facto real (realmente tenho tempo mas, na mesma, não vou às aulas) ou de um facto hipotético (não sei se terei tempo, mas caso tenha, não vou às aulas). Isto é verdade? Pesquisei em várias gramáticas e em nenhuma encontrei tal distinção, é por isso que fiquei com a dúvida.
Muito obrigada pela atenção dispensada.
A vossa entrada para a distinção entre afinal e «a final» não me parece contemplar a acepção particular que tem «a final» na linguagem jurídica e que suponho ser «por fim», «finalmente», «dito isto», «em conclusão».
Estarei errado?
Grato pela atenção.
No Dicionário Infopédia, a transcrição fonética de como – seja como advérbio seja como forma do verbo comer – é ['kumu].
De acordo com a norma-padrão, está correta? Qual é a fundamentação teórica, uma vez que não se deve fechar a vogal da sílaba tónica da palavra?
Ouço com frequência nas informações de trânsito uma jornalista utilizar a conjunção e imediatamente antes da preposição até, como no exemplo seguinte: «... há filas desde o local x e até ao local y.»
A inclusão deste e na frase está correta?
Obrigado pelo excelente serviço prestado no esclarecimento de dúvidas sobre a língua portuguesa!
Na frase «Temos maçã e pero, enquanto em inglês há só apple», qual é o valor da conjunção enquanto?
Muito obrigada!
Na frase «Será que o gato está confortável?», a palavra que é um pronome interrogativo?
Não sei se é só no Brasil, mas aparece-me que é de comum acordo aqui que feito pode agir como conjunção.
Por exemplo: «Meu pai está feito um padre»; ou «Ele chorou feito uma mulherzinha».
É correto dizer isto? Não será o caso de uma inversão de termos («Feito uma mulherzinha, ele chorou»/ «Feito um padre, meu pai está»)? Se for conjunção, a norma abona o uso?
Tenho muitas dúvidas no uso de embora como conjunção concessiva, para traduzir os três casos do espanhol.
O dicionário Porto Editora, que é o que eu uso habitualmente, traduz a conjunção concessiva espanhola aunque por embora, e também por mas ou porém. Estes são os exemplos que coloca o dicionário:
«aunque ˈauŋke conjunção 1. embora [+conjuntivo] aunque llovía a cántaros, fueron al cine embora chovesse a cântaros, foram ao cinema 2.mas, porém no traigo todo, aunque traigo algo não trago tudo, porém trago alguma coisa»
Mas para mim o problema é que em espanhol há três casos de orações concessivas, que não sei como traduzir ao português:
I. O primeiro é o de situações reais habituais, ou seja, ações que acontecem habitualmente assim (no presente), ou aconteciam assim (no passado). Por isso, no exemplo de Porto Editora, em espanhol haveria que traduzir:
- “Aunque llueva a cántaros, van al cine” (realidade que acontece habitualmente, muitas vezes).
- Ou também: “aunque lloviese a cántaros iban al cine” (algo que acontecia muitas vezes no passado)
- Ou também: “ayer, aunque llovió a cántaros, fueron al cine” (algo que aconteceu uma vez no passado)
Nestes casos, em espanhol também se pode expressar com a conjunção adversativa pero (acho que seria a mesma coisa em português com mas):
- “muchas veces llueve a cántaros, pero ellos van al cine” (realidade que acontece habitualmente)
- Ou também: “llovia a cántaros, pero iban al cine” (algo que acontecia muitas vezes no passado)
- Ou também: “ayer llovió a cántaros pero fueron al cine” (algo que aconteceu uma vez no passado).
II. O segundo é o de situações possíveis, ou seja, ações que podem acontecer no futuro ou não: “mañana, aunque llueva/lloviese a cántaros, iríamos al cine”
III. O terceiro é uma situação impossível, porque não pode acontecer: “ayer, aunque hubiera/hubiese llovido, no habríamos/hubiéramos ido al cine” (mas ontem não choveu).
Gostaria de saber como usar nestes casos embora, e também se é possível usar sempre «ainda que».
Nem associa-se em geral ao significado «e não», como no exemplo «Não tenho peras nem maçãs».
No entanto, como se justifica o uso de nem na seguinte frase: «Viajar é bom, mas nem todos temos dinheiro para isso»?
A locução conjuntiva «assim como» introduz somente orações comparativas ou pode também servir como coordenada aditiva?
Havendo ambas possibilidades, como estabelecer a diferença entre elas?
Agradeço desde já.
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