Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: conjunção
Lucas Tadeus Estudante Mauá, Brasil 2K

Não sei se é só no Brasil, mas aparece-me que é de comum acordo aqui que feito pode agir como conjunção.

Por exemplo: «Meu pai está feito um padre»; ou «Ele chorou feito uma mulherzinha».

É correto dizer isto? Não será o caso de uma inversão de termos («Feito uma mulherzinha, ele chorou»/ «Feito um padre, meu pai está»)? Se for conjunção, a norma abona o uso?

José Antonio Fernandez Professor e psicólogo Pontevedra, Espanha 3K

 Tenho muitas dúvidas no uso de embora como conjunção concessiva, para traduzir os três casos do espanhol.

O dicionário Porto Editora, que é o que eu uso habitualmente, traduz a conjunção concessiva espanhola aunque por embora, e também por mas ou porém. Estes são os exemplos que coloca o dicionário:

«aunque ˈauŋke conjunção 1. embora [+conjuntivo] aunque llovía a cántaros, fueron al cine embora chovesse a cântaros, foram ao cinema 2.mas, porém no traigo todo, aunque traigo algo não trago tudo, porém trago alguma coisa»

Mas para mim o problema é que em espanhol há três casos de orações concessivas, que não sei como traduzir ao português:

I. O primeiro é o de situações reais habituais, ou seja, ações que acontecem habitualmente assim (no presente), ou aconteciam assim (no passado). Por isso, no exemplo de Porto Editora, em espanhol haveria que traduzir:

- “Aunque llueva a cántaros, van al cine” (realidade que acontece habitualmente, muitas vezes).

- Ou também: “aunque lloviese a cántaros iban al cine” (algo que acontecia muitas vezes no passado)

- Ou também: “ayer, aunque llovió a cántaros, fueron al cine” (algo que aconteceu uma vez no passado)

Nestes casos, em espanhol também se pode expressar com a conjunção adversativa pero (acho que seria a mesma coisa em português com mas):

- “muchas veces llueve a cántaros, pero ellos van al cine” (realidade que acontece habitualmente)

- Ou também: “llovia a cántaros, pero iban al cine” (algo que acontecia muitas vezes no passado)

- Ou também: “ayer llovió a cántaros pero fueron al cine” (algo que aconteceu uma vez no passado).

II. O segundo é o de situações possíveis, ou seja, ações que podem acontecer no futuro ou não: “mañana, aunque llueva/lloviese a cántaros, iríamos al cine

III. O terceiro é uma situação impossível, porque não pode acontecer: “ayer, aunque hubiera/hubiese llovido, no habríamos/hubiéramos ido al cine” (mas ontem não choveu). 

Gostaria de saber como usar nestes casos embora, e também se é possível usar sempre «ainda que».

Carlos Herrero Professor Portugal 4K

Nem associa-se em geral ao significado «e não», como no exemplo «Não tenho peras nem maçãs».

No entanto, como se justifica o uso de nem na seguinte frase: «Viajar é bom, mas nem todos temos dinheiro para isso»?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 7K

A locução conjuntiva «assim como» introduz somente orações comparativas ou pode também servir como coordenada aditiva?

Havendo ambas possibilidades, como estabelecer a diferença entre elas?

Agradeço desde já.

Margarida Sá Professora Braga, Portugal 2K

Na frase «Ele comeu tanto que ficou maldisposto», a oração subordinada é introduzida pela conjunção subordinativa consecutiva. Ou considera-se «tanto...que» uma locução conjuncional subordinativa consecutiva?

Geobson Freitas Silveira Agente público Bela Cruz, Brasil 3K

Estudando as conjunções subordinativas (norma culta), me deparo com a seguinte informação: a preposição desde (sem partícula que) está arrolada na listagem de conjunções subordinativas condicionais conforme transcrito abaixo:

se, salvo se, desde que, exceto se, caso, desde, contanto que, sem que, a menos que, uma vez que, sempre que, a não ser que,…

Ainda estranhei a inclusão de sempre que. Será um lapso ou de fato isso existe na língua culta portuguesa?

Gostaria, se possível fosse, de uma orientação da parte do Ciberdúvidas.

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 1K

Em «Eu sei como resolver o problema», «como resolver o problema» é uma oração subordinada substantiva relativa com função de complemento oblíquo?

Ou estou equivocado?

Agradecido pela ajuda

José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

Epiphânio Dias, na sua Sintaxe histórica, pág. 277 [2.ª edição, 1933], considera a conjunção que seguida de não como causal com o valor de e, mas não alcancei o porquê; quer-me parecer que «que não» nos contextos indicados pelo autor equivale a exceto.

Pode classificar-se ainda hoje o que que aparece nesse contexto como causal, como pensa Epiphânio Dias? Pode ver-se nesse que um que relativo substituível por o qual?

Obrigado.

David da Silva Santos Barbeiro Guaratinguetá, Brasil 1K

No período seguinte, qual o valor sintático e semântico do advérbio quando?

«Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei.»

Obrigado.

José de Vasconcelos Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

Maria Helena Mira Mateus [et al.], na sua Gramática da Língua Portuguesa, pág. 552 dá o seguinte exemplo:

«Ele disse que o desastre tinha ocorrido de madrugada e que não havia sobreviventes.»

Aqui o que é conjunção integrante, não é assim?

Mas que vem a ser SCOMPs*?

Obrigado.

 

* N.E. Sobre a pluralização de siglas e acrónimos, ver, por exemplo, esta resposta.