Trata-se de um uso do Brasil que não parece ocorrer em Portugal – pelo menos, entre os falantes da variedade europeia.
Com efeito, atesta-se o uso conformativo de igual, equivalente a como e seguido de substantivo: «Ele come igual porco», «Maria sempre me tratou igual filho» (Dicionário UNESP do Português Contemporâneo, 2004). Igual pode também introduzir orações: «Andava de lá para cá, igual estivesse numa jaula» (Dicionário Houaiss)1.
Estas fontes não apresentam abonações de igual seguido de pronomes, mas o Corpus do Português evidencia que o uso conjuncional se associa a pronomes na forma de sujeito, no que parece configurar construções em que se omite o verbo (elipse):
(1) «Nesse sentido, o automatizado é a melhor coisa para quem pensa igual eu [penso].»
Não obstante, em Portugal, prefere-se a construção com como:
(1) O João fala mal como eu. (em Portugal, não é habitual «falar errado»)
(2) Ele pensa como eu.
Acrescente-se que dicionários elaborados em Portugal (Academia das Ciências de Lisboa, Infopédia e Priberam) não registam igual com valor conformativo.
1 No Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, também se atesta «igual se», réplica de «como se»: «Comeu igual se [= como se] estivesse sem comer havia dias.»