DÚVIDAS

As orações temporais em Portugal
Em um artigo sobre as futuras possibilidades do uso da tecnologia digital, li várias orações com verbos no presente que me despertaram dúvidas sobre o uso do indicativo ou do subjuntivo (conjuntivo em Portugal). Praticamente em todos os exemplos, o verbo aparecia no presente do indicativo na oração subordinada, mas o verbo da principal estava no futuro do indicativo. Exemplos: – «Quando estamos em férias, as conversas com estrangeiros, na nossa língua materna, serão traduzidas em simultâneo e serão escritas no dispositivo na sua língua materna.» – «Quando compramos numa loja de desportos online, iremos escolher o artigo que desejamos.» – «Enquanto estamos em uma reunião de trabalho, a ata está a ser elaborada.» No português do Brasil, parece ser muito mais comum o uso do subjuntivo na oração subordinada nesses casos. Dependendo da oração, acredito que poderia ser considerado incorreto o uso do indicativo. Diríamos, por exemplo: «Quando estivermos de férias, as conversas com estrangeiros, na nossa língua materna, serão traduzidas...», ou «Quando estamos de férias, as conversas (...) são traduzidas». Gostaria de saber se me podem ajudar com a interpretação do uso dos tempos e modos verbais com as conjunções enquanto e quando nos citados contextos. Muito obrigada pela ajuda e parabéns pelo trabalho realizado todos os dias.
Construção consecutiva: «tanto assim que...»
Na frase, do mesmo texto de Saramago, «Os amigos diziam-lhe que tinha um grande futuro na sua frente, mas ele não deve ter acreditado, tanto assim que decidiu morrer injustamente na flor da idade.», a oração «que decidiu morrer injustamente na flor da idade», para mim, é uma coordenada explicativa (por isso decidiu morrer), mas o facto de começar por «tanto assim», (de tal maneira que) pode ser considerada uma adverbial consecutiva? Neste último caso, qual será a subordinante? Muito obrigada por me tirarem as minhas dúvidas.  
Valores da conjunção mas
Vi, numa aula de conjunções coordenativas adversativas, que o valor semântico de "ressalva" é diferente do de "contraste". Contudo, embora a professora explicasse a diferença, ela não ficou tão clara para mim, pois foram me dados poucos exemplos. Se vocês puderem enriquecer meu material de estudos, ficaria eternamente grata. Veja abaixo o que a professora me mostrou: a) «Tentei chegar mais cedo, porém não consegui». No período composto acima, a conjunção "porém" possui valor semântico de contraste, oposição. b) «Seu discurso foi breve, mas violento». No período composto acima, a conjunção "mas" possui valor semântico de ressalva, compensação. Vocês poderiam me mostrar mais exemplos?
As locuções «bem como» e «assim como»
«Seu programa nacional-desenvolvimentista guardava uma série de dificuldades e contradições ao mesmo tempo em que avança a modernização nacional para passos realmente importantes, [bem/assim como] sua fórmula populista de condução política via o risco da ingovernabilidade.» Seria correto o uso de «bem/assim» como nesse contexto, possuindo o significado de «além disso», «ademais», etc.?
A locução «uma vez que» e a coordenação
«Uma questão importante que se coloca, nesse quesito, segundo o autor, é se os municípios brasileiros poderiam editar leis de cooficialização de línguas em seus territórios, uma vez que, no Brasil, a temática referente ao “idioma oficial” está vinculada aos direitos da nacionalidade, e a competência para legislar sobre tais direitos é privativa da União» a) [...] uma vez que, no Brasil, a temática referente [...], e [X] a competência para [...]" b) [...] uma vez que, no Brasil, a temática referente [...], e [QUE] a competência para [...]"' É necessária a repetição da palavra que quando há duas orações unidas por e após a expressão «uma vez que»? Obrigado.
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