Geralmente, em português, usa-se o conjuntivo (subjuntivo, na nomenclatura brasileira) com a conjunção embora. Isto acontece porque embora introduz uma oração subordinada concessiva, como se pode verificar em (1):
(1) Embora esteja a chover, o dia está agradável.
De acordo com Rui Marques, na Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian), «uma possível razão para que não seja o indicativo o modo selecionado prende-se com o contraste que este tipo de construção expressa: a oração principal descreve uma situação que não se esperaria que ocorresse quando se verifica a que é descrita pela oração subordinada concessiva» (página 683). Portanto, a seleção do modo conjuntivo e indicativo é sobretudo vista como uma estratégia da língua para focalizar a oração que veicula informação inesperada.
A seleção do modo está sobretudo dependente do contexto da informação veiculada por uma determinada oração, nomeadamente, o seu valor de verdade. Embora possa ocorrer em frases simples, como (2), o conjuntivo é por excelência o modo das orações subordinadas, sendo, portanto, selecionado por conjunções, como é o caso de embora e de se, como no exemplo (3), locuções conjuncionais, como em (4), verbos que exprimem dúvida, vontade, necessidade, ordem, obrigação, permissão, proibição e expectativa, como se verifica no exemplo (5) em que se exprime uma ordem, advérbios (como, talvez), como se verifica em (6), adjetivos (como, possível, provável, certo, duvidoso, obrigatório, necessário), ilustrado no exemplo (7), ou até mesmo nomes (como, possibilidade, probabilidade, necessidade), como exemplificado em (8).
(2) Talvez a encomenda já tenha chegado.
(3) Se tivesse estudado, tinha melhor nota.
(4) Ainda que tenha estudado, tive má nota.
(5) Peço-te que tenhas calma.
(6) Talvez chova amanhã!
(7) É possível que acabe de estudar a matéria até amanhã.
(8) Há a possibilidade de que a nota seja boa.