A segunda oração pode ser considerada uma oração subordinada adverbial comparativa, desde que a sua interpretação envolva uma comparação de graus (por exemplo, o grau de rapidez entre esconder-se e mostrar-se).
Neste âmbito, estabelecer-se-á uma comparação entre duas situações descritas pelos verbos esconder e mostrar e associadas ao locutor da frase (expresso pela 1.ª pessoa do singular). Esta comparação é formalizada por meio da conjunção como.
A relação de comparação construída é elíptica, na medida em que não inclui todos os termos típicos da comparação. No entanto, estes elementos poderão eventualmente ser recuperados por meio do contexto discursivo, situacional ou do conhecimento partilhado entre interlocutores1.
A frase completa poderia expressar uma ideia similar à apresentada em (1):
(1) «Tão depressa me escondi como logo me mostrei.»
O advérbio logo, que surge no interior da oração subordinada, tem a função de modificador do verbo e trata-se de um elemento acessório que contribui para a relação de comparação que, no caso desta frase simulada, assenta no grau de velocidade de realização de uma situação.
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1. Esta é uma situação que ocorre com alguma frequência nas estruturas comparativas, tal como descreve Marques in Raposo et al., Gramática do Português, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, p. 2154 e seguintes.