«Devias de fazer» está correto? O de é dispensável e incorreto?
Existem situações em que de deva anteceder o verbo?
Numa estação de TV por cabo tem passado nos últimos tempos uma promoção à nova temporada de determinada série em que o locutor informa que a personagem «alvoraçou» a prisão. Ora, nunca tinha ouvido o verbo alvoraçar , mas apenas alvoroçar, que provém de alvoroço.
Parece-me que está errado, mas o Portal da Língua Portuguesa indica a conjugação do verbo alvoraçar. Gostaria então que me informassem se esta forma verbal está correcta e afinal de que substantivo provém...
Pedia que me elucidassem sobre a seguinte questão: a frase «Kant substituiu à razão estática uma razão dinâmica» é válida? Ou deverá ficar: «Kant substituiu a razão estática por uma razão dinâmica»?
«Corre-se riscos.»
«Correm-se riscos.»
«Riscos são corridos»?
Ou «correr risco» é estar exposto a perigo, a risco, e portanto não é o risco que corre ou que é corrido — a pessoa é que fica exposta ao risco, que corre o risco. Nesse caso, o correto seria «corre-se riscos»!
Alguns manuais do 7.º ano incluem, e com sentido, os verbos tornar-se e revelar-se como copulativos, deixando a indicação de que há mais.
Peço uma pequena lista de mais alguns verbos copulativos a acrescentar aos já conhecidos.
Mais uma vez os parabenizo pela riqueza que é esse site.
Segundo a gramática normativa, verbos dicendi são aqueles que aparecem nos discursos diretos e têm a função declarativa (ou «sensitiva», segundo alguns linguistas). Os dicendi tradicionais são transitivos diretos como dizer, afirmar, exclamar, perguntar, responder, redarguir.
Porém, encontramos na literatura brasileira verbos intransitivos e transitivos indiretos atuando como dicendi. Exemplos retirados de Dom Casmurro, de Machado de Assis:
«– Tem razão, Capitu – concordou o agregado» (página 160).
«– Mas eu tinha pedido primeiro – aventurou Pádua» (página 44).
«– Coitado de Manduca! – soluçava a mãe» (página 122).
E, por último, a que mais me impressionou:
«Depois de lhe responder que sim, emendei-me: – Deus fará o que o senhor quiser» (página 41).
Gozam os autores do direito de «licença poética», sabemos bem. Mas existe algum padrão do que é certo ou errado nesses casos?
«Vou tentar informar-me e talvez nos encontraremos num desses campos em Agosto. Seria ótimo, não achas? Havíamos de convencer os nossos pais.»
Está correto o uso do pretérito imperfeito do verbo haver neste trecho de um correio?
Uma dúvida sobre mesóclise: como fazer quando há dois pronomes átonos? Por exemplo, quero dizer que nós poderíamos declarar tal fato uma calamidade. Devo dizer «poder-se-a-ia declarar», «podê-la-se-ia» talvez?
Gostaria que me esclarecessem uma dúvida: o modo condicional tem tempos?
Encontrei em gramáticas antigas e recentes o seguinte: o modo condicional simples e composto flexionado sem referência a tempos; o modo condicional com o tempo do presente simples e o presente composto e o modo condicional com o tempo do presente simples e o pretérito perfeito composto.
Confesso que me sinto intrigada. Já tentei encontrar resposta no Dicionário Terminológico, mas não a encontrei.
Ao resolver um exercício sobre o poema de Ricardo Reis Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio, deparei-me com a seguinte questão:
«No primeiro verso da segunda estrofe, a forma verbal pensemos encontra-se no:
– presente do indicativo
– presente do conjuntivo
– pretérito imperfeito do conjuntivo.»
A dúvida reside no facto de me parecer que estas formas verbais estão no imperativo e não no presente do conjuntivo, como indica a solução (nem há hipótese para o imperativo). Penso que poderá tratar-se de um lapso, por isso, gostaria de confirmar.
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