Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
João Ribeiro Profissional liberal Lisboa, Portugal 9K

Qual a forma correcta?

«Todos os anos a história se repete», ou «todos os anos a história repete-se»?

Obrigado.

Veridiana Dattein Analista de sistemas Porto Alegre, Brasil 5K

Tenho uma dúvida sobre a  próclise. Estou lendo um romance de Camilo Castelo Branco e me deparei com a seguinte frase: «Bem sabia ele que Luís de Camões morrera sem lençol em que amortalhar-se (...).»

De acordo com meu atual conhecimento, o pronome relativo faz o uso da próclise ser obrigatório. Por que razão, então, o romancista não a utilizou no caso acima citado?

Desde já, agradeço a atenção.

Fátima Inácio Gomes Professora Braga, Portugal 20K

Desde já agradeço, mais uma vez, o inestimável apoio que prestam aos falantes e estudiosos do português.

A questão que hoje me traz é a seguinte: como classificam «da epopeia» na frase «O estilo grandiloquente é próprio da epopeia»?

É complemento do adjetivo «próprio», ou complemento indireto («é-lhe próprio»)?

A propósito, como classificam os pronomes em estruturas do tipo: «É-me impossível falar»; «É-te difícil fazer»?

Muito obrigada.

Bruna Milagres Professora de Português para estrangeiros Jyväskylä, Finlândia 11K

Sou brasileira e dou aulas de Português para estrangeiros. Em um de meus cursos, estamos lendo um livro em português de Portugal, onde aparece em várias ocasiões diferentes – escrito por autores diferentes – o uso do pronome reflexivo ligado ao verbo auxiliar e não ao verbo reflexivo, como:

– Ele tinha-se separado de sua namorada.

– Ele vai-se encontrar com ela.

Isto está correto?

Muito obrigada por sua ajuda, e meus alunos de Português aqui na Finlândia também agradecem.

María José Fernández Professora Valladolid, Espanha 7K

Nas frases – tomadas dos artigos jornalísticos do escritor Antonio Lobo Antunes:

«Torna a emprestar-me a chave do apartamento...»

«Vou ter de mandar-te ao oculista.»

«Voltarmos a habituar-nos um ao outro.»

Nestas frases, os pronomes me, te e nos poderiam colocar-se diante do verbo, ou seja, «voltarmos a nos habituar», «vou ter de te mandar ao oculista», «torna a me emprestar»? Não sei se é uma licença do escritor, ou se pode escrever-se desse modo.

E nestas outras frases: «terás de vir visitar-me a Espanha», ou «terás de me vir visitar»? «Gostaria muito de ver-te em París», ou «gostaria muito de te ver em Paris»?

Muito obrigada e desculpas por ser um bocadinho longo.

Inês Lobo Estudante Porto, Portugal 12K

Na frase «a Ana comprou um livro e leu-o todo», o o é um pronome pessoal ainda que se refira a um livro (ou noutras situações a um animal ou objeto)? Ou os pronomes pessoais substituem apenas nomes referentes a sujeitos/pessoas?

Obrigada.

Isabel Lei Tradutora Macau, China 8K

A frase «Não se pode fumar aqui».

Gostava de saber:

1) Se o sujeito é indeterminado.

2) Qual é a função de se.

3) Se a frase tem a forma plural, nomeadamente: «Não se "podem" fumar aqui.»

Obrigada pela resposta.

Sandra Maibeque Professora Beira, Moçambique 89K

O que são pronomes clíticos na perspectiva de Mira Mateus et al.?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 5K

Na resposta sobre o tema suprarreferido, afirmou-se:

«c) mas, se articularmos duas orações, sem que estas se encaixem numa frase matriz para aí desempenharem a função de sujeito (p. ex., «Eles cometeram pecados e têm vícios»), não falamos em sujeito composto, porque cada oração tem o seu próprio sujeito, eventualmente indeterminados, apesar de correferentes, como ocorre em «pensa-se e diz-se», cujos sujeitos são indeterminados.»

A frase comentada é a seguinte: «Pensa-se e diz-se que é possível que haja vida noutros planetas.»

Penso que não haja aí sujeitos indeterminados, mas sujeitos oracionais representados pela frase «que é possível», sendo «que haja vida noutros planetas» também sujeito oracional de «é possível».

Trata-se, em meu entender, de um interessante encadeamento de orações com vínculo sintático com «pensa-se» e «diz-se».

Peço ao professor Carlos Rocha a fineza de comentar.

Obrigado.

Maria José Sola Professora Ponte Vedra, Galiza 28K

Um aluno meu perguntou-me quando se deve usar «alguma coisa» e quando «qualquer coisa» e, sinceramente, não soube responder. A meu modo de ver, a diferença é unicamente relativa ao uso, e não ao significado, muito semelhante. Quer dizer, o normal é ouvir, por exemplo, «desculpe qualquer coisa» ou «há qualquer coisa de errado», e nesses contextos seria menos frequente usar «alguma coisa», embora não seja errado.

Agradecia que algum dos vossos especialistas me desse a sua opinião sobre o assunto.

Obrigada.