Por que razão nas frases:
(1) «Qualquer sobremesa é uma boa escolha. São todas ótimas.»
(2) «Vi bastantes filmes neste fim de semana, mas poucos me cativaram.»
(3) «A minha avó ofereceu-me dois vestidos e eu gostei muito de ambos.»
as palavras qualquer, todas, bastantes, poucos, ambos são quantificadores universais (qualquer, todas e ambos) e existenciais (bastantes, poucos), quando os vocábulos todas, poucos e ambos não antecedem um nome de forma explícita?
E, neste caso, como se classificam quanto à classe e subclasse?
Obrigada pela atenção.
Essa questão surgiu após um impasse que tive com um colega, também revisor de texto, a respeito do uso do verbo estar com pronomes acusativos como o, lo, no. Gostaria, portanto, de esclarecer alguns pontos e, se possível, obter exemplos de uso literário dessas construções.
Em frases copulativas, como:
«O aluno está cansado.»
«A porta está aberta.»
«Tu estás feliz?»
seria possível substituir o predicativo por um pronome acusativo, formando expressões como "O aluno está-o”, “A porta está-o” ou “Tu está-lo?”? Essas formas aparecem em algum registro literário, regional ou arcaico do português?
No português europeu, na locução estar + a + infinitivo, há diferença entre «Ele está-o a fazer» e «Ele está a fazê-lo»? Existe preferência normativa ou diferença de estilo entre as duas formas? Quando o pronome sobe para o auxiliar (estar), as adaptações fonéticas continuam válidas?
Por exemplo: estás + o → está-lo; estão + o → estão-no.
Formas como «Tu está-lo a terminar» ou «Eles estão-no a construir» são aceitas?
No português do Brasil, com estar + gerúndio, qual das opções é mais adequada ou usual: «Ele o está fazendo», «Ele está fazendo-o» ou simplesmente «Ele está fazendo isso»?
Por fim, fora das locuções (estar a + infinitivo / estar + gerúndio), é possível empregar «Ele está-o» (sem verbo posterior) para retomar algo já mencionado, equivalente a «Ele está nisso»?
Agradeço desde já pela atenção e, se possível, gostaria de exemplos de uso literário (clássico ou moderno) dessas construções, caso existam.
Antes de deixar a minha dúvida, gostaria de expressar a minha admiração e a minha gratidão pelo vosso trabalho. Muito obrigada!
Outro dia, conversava com umas companheiras e surgiu-nos uma dúvida com a seguinte frase: «Mal posso esperar para receber-te.» Ficámos a pensar se não seria mais correto dizer: «Mal posso esperar para te receber.»
Chegámos a discutir o seguinte: que é correto colocar o pronome antes do verbo, porque o verbo está no infinitivo e é antecedido da preposição para. Uma colega disse que as preposições atraem o pronome para antes, exceto a preposição a. Outra colega afirmou que se pode usar o pronome antes ou depois, mas que é mais natural e coloquial que o pronome venha antes do verbo. Eu, pessoalmente, penso que, pelo facto de o verbo estar no infinitivo, também é correto usar o pronome depois do verbo.
Resumindo, não chegámos a nenhuma conclusão e, por isso, deixo aqui a minha dúvida.
Mais uma vez, muito obrigada!
O «o fez» está correto na seguinte frase?
«A vitória não foi pelo combate, como o fez Napoleão.»
Por favor, explique.
Grata.
Se, por exemplo, estou numa manhã ou tarde de um dia qualquer e quero me referir à noite que está por vir (ou seja, à noite do mesmo dia), qual pronome devo usar?
Quero aplicar o devido pronome à sentença: «O evento acontecerá [pronome] noite.»
Vejo com frequência pessoas usando essa e esta, inclusive no trecho de uma telenovela que tem em sua cronologia e contexto um intelectual do início do século passado – XX.
Entretanto, acredito que, ao menos, a construção da frase mereça a proposição em e, sendo assim, a dúvida se restrinja aos pronomes nessa ou nesta.
Aprecio o espaço. Obrigado.
Qual a frase correta, tendo em conta a posição do pronome «se» em relação ao verbo:
«Muitas pessoas podem enganar-se.»
ou
«Muitas pessoas se podem enganar.»?
Obrigada.
Saúdo calorosamente todos os profissionais do Ciberdúvidas.
Ouço frequentemente a estrutura «arrepia-se-me (a pele, por exemplo)».
Gostava de ter um parecer mais profissional sobre esta questão. É uma estrutura natural num discurso em português padrão?
Será um traço oralizante, certamente válido noutros contextos, mas não aqui? Cumpre as regras de formação presentes na nossa língua?
Cumprimentos.
Num texto de 13 de maio, é afirmado que o pronome pessoal se, na frase «Ouviram-se os jovens», tem a função de complemento agente da passiva.
Penso que é errado e fundamento-me na Gramática do Português, da Fundação Gulbenkian, vol. I, pág. 390-394; 444-445.
No contexto do ensino do português, o Dicionário Terminológico considera complemento agente da passiva o grupo preposicional presente numa frase passiva que corresponderia ao sujeito da frase ativa.
Neste sentido, gostaria de conhecer bibliografia que considere agente da passiva o morfema se em passivas pronominais.
Obrigado.
1) Isto aqui é criação minha.
2) Isto aqui é minha criação.
Quero saber se, no entendimento de vocês, faz diferença o lugar em que se coloca o possessivo meu. E, se puderem, justifiquem, por favor.
Creio que, no primeiro caso, haja a indicação de que seja (apenas) uma criação e bem possível de ter outra(s) criação(ões).
E que, no segundo caso, haja bem maior chance de ser só uma (aquela) criação na totalidade.
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
«O livro é interessante, o autor, inteligente, e o leitor, estúpido.»
Eu poderia usar este para me referir ao leitor, esse para me referir ao autor e aquele para me referir ao livro, da seguinte forma?
«Contudo, este é humilde, esse, arrogante, e aquele, enfadonho.» Além disso, seria possível inverter a ordem? Como se dá a combinação de tais pronomes quando os três estão na mesma frase? E se eu só falasse do autor e do leitor, poderia combinar este e esse em vez de este e aquele?
Obrigado!
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