Na função distributiva dentro do texto, os pronomes demonstrativos a ser usados são apenas este(a/s), isto (para o último referente anteriormente mencionado) e aquele(a/s), aquilo (para o primeiro referente anteriormente mencionado). Nesse contexto, não se usa esse(a/s), isso, segundo a norma-padrão do português brasileiro. Sendo assim, com dois elementos já mencionados, há duas possibilidades de construção:
1. O autor é inteligente, e o leitor é estúpido. Contudo, este é humilde e aquele é arrogante.
2. O autor é inteligente, e o leitor é estúpido. Contudo, aquele é arrogante e este é humilde.
Já a frase com três elementos anteriores não poderia ser reescrita com pronomes demonstrativos (este, para o último elemento mencionado; esse, para o elemento do meio; aquele, para o primeiro elemento mencionado). Tal sugestão de retomada não é abonada por nenhum gramático normativo academicamente consagrado. A sugestão que se dá nesses casos, portanto, é o emprego de numerais ordinais*:
– O livro é interessante, o autor, inteligente, e o leitor, estúpido. Contudo, o primeiro é enfadonho; o segundo, arrogante; e o terceiro, humilde.
Sempre às ordens!
*Por ser brasileiro o consulente, foi empregada a nomenclatura gramatical brasileira na resposta.
Nota: Conheço somente um gramático normativo não academicamente consagrado (Carlos Nougué) que ensina ser correta a retomada de três elementos com «este, esse, aquele». No entanto, ele não prova sua lição com exemplos retirados de textos reais, tampouco com bibliografia especializada, pelo que deduzimos ser uma arbitrariedade normativa do autor.