O uso de maiúsculas iniciais nos títulos é, depois da primeira palavra ou se não forem incluídos nomes próprios, facultativo no quadro do Acordo Ortográfico de 1990.
Quando se opta pela escrita das iniciais maiúsculas, presume-se que se aplica o previsto pela norma anterior, ou seja, o preceito definido pelo Acordo Ortográfico de 1945, o qual se encontra exposto na Base XLIV:
«Escrevem-se com maiúsculas iniciais, nas citações, os títulos e subtítulos de livros, de publicações periódicas e de produções artísticas: O Primo Basílio - Episódio Doméstico, Os Sertões, Serões Gramaticais; A Noite (nome de jornal), Diário Oficial, Revista Lusitana; O Desterrado (estátua de Soares dos Reis), O Guarani (ópera de Carlos Gomes), Transfiguração (quadro de Rafael). No entanto, escrevem-se com minúsculas iniciais (ou minúscula exclusiva, se unilíteros), sem prejuízo de haver sempre maiúscula na primeira palavra, os seguintes componentes de títulos e subtítulos deste género: 1.°) formas do artigo definido ou do pronome demonstrativo afim; 2.°) palavras inflexivas (preposições, advérbios, etc.), simples ou combinadas com as mesmas formas; 3.°) locuções relativas a qualquer categoria de palavras inflexivas e combinadas ou não de modo idêntico. Exemplos dos três casos: Contra o Militarismo, Sóror Mariana, a Freira Portuguesa; A Morgadinha dos Canaviais - Crónica da Aldeia, Mil e Seiscentas Léguas pelo Atlântico, Oração aos Moços, Reflexões sobre a Língua Portuguesa, Voltareis, ó Cristo?; Algumas Palavras a respeito de Púcaros em Portugal, A propósito de Pasteur, Viagem à roda da Parvónia.»
A palavra que é invariável, mas, quando ocorre como pronome relativo, não parece entrar na categoria das «palavras inflexivas» que o AO 45 menciona. Sendo assim, o pronome relativo que deve escrever-se com maiúscula inicial em títulos.