Relativamente à construção exclamativa (1), mantemos o que ficou dito nesta resposta. Trata-se de uma estrutura fixa, com pouca variabilidade, onde se opta pela próclise por se tratar de uma frase optativa.
(1) «Bons olhos o vejam!»
Noutro plano, se considerarmos frases como (2) ou (3), estamos perante outra realidade sintática:
(2) «Vejam-no bons olhos.»
(3) «Abracem-no as boas maneiras.»
Nestes casos, estamos perante construções optativas que não apresentam um constituinte em posição pré-verbal, como acontecia em (1). Nestas situações em que a frase inicia com a forma verbal, o pronome átono surge em posição enclítica1.
Com orações optativas iniciadas por que ou que apresentem um constituinte pré-verbal, o pronome átono surge em próclise:
(4) «Que me escrevas depressa!»
(5) «Deus te acompanhe!»
Disponha sempre!
1. Cf. Martins in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 2272-2273.