Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: substantivo
Jose Egídio Fernandes Inverno Engenheiro Químico Vila Nova de Santo André, Portugal 3K

A maior parte dos dicionários de Língua Portuguesa classifica a palavra flange como substantivo masculino (Houaiss, Porto Editora e Universal da Texto) . O Priberam diz que pode ser feminino ou masculino. No dicionário da Academia das Ciências de Lisboa não consta.

No Brasil é usado como substantivo masculino.

Em Portugal a comunidade de engenheiros químicos e mecânicos usa flange como substantivo feminino desde sempre.

Se a palavra é um anglicismo e aqui estes substantivos não tem género, qual é forma mais correta em português sabendo que o feminino está muito enraizado nas comunidade técnicas?

Gostava de esclarecimentos.

Inácio Bicalho Diplomata Brasília, Brasil 2K

Quando ouço a palavra peroração, noto que o seu emprego se afasta cada vez mais do significado original (desfecho, conclusão, epílogo, síntese).

Hoje em dia, peroração virou sinônimo de pregação, sermão, argumentação, e seu uso é habitualmente associado a uma intenção maledicente, arrogante, antipática:

«É um pedante: gosta de perorar sobre qualquer assunto.»

Ou: «A conversa deixou de ser amena e cordial quando ele começou a perorar sobre política.»

Pelo menos no Brasil, a peroração ganhou uma função nova: deixou de ser um elemento da retórica para se transformar em ferramenta do proselitismo. É assim em Portugal?

Obrigado.

Rogério Paulo Pais da Costa Professor Leiria, Portugal 783

Tenho visto em alguns textos a palavra "arejabilidade". Contudo, não a encontro em nenhum dicionário de língua portuguesa. É correto usar essa palavra, ou ela, pura e simplesmente, não existe?

Muito obrigado.

Bohdan Litkovets Tradutor Lisboa, Portugal 4K

Na Internet leio muitas vezes que a regra de uso dos substantivos biformes e uniformes é simples:

Os substantivos biformes possuem uma forma para o masculino e outra para o feminino:

Ele é um menino muito educado/Ela é uma menina que canta bem.

Ele é um ator famoso/Ela é uma atriz fantástica.

Já os substantivos uniformes têm uma só forma para ambos os géneros:

Ele é um estudante da FLUL/Ela é uma estudante da FLUL.

O João é o nosso principal cliente/A Joana é a nossa principal cliente.

Porém, já há muito tempo que reparei que nem sempre tal é o caso. Talvez esteja enganado, mas parece-me que com alguns substantivos biformes que possam ser referência tal como ao sexo masculino quer ao feminino, pode-se usar a forma masculina para representar ambos. Não sei bem porquê, mas as seguintes frases não soam tão estranho. Aliás, até me parece ser mais sofisticado que se usasse a regra acima descrita:

Ela é um deputado do Partido Socialista.

A Joana continua a ser um dos melhores alunos da nossa escola.

A minha mãe foi sempre um cidadão exemplar para a nossa sociedade.

A Paula Mendes exercerá temporariamente as funções de diretor da escola.

Quando crescer, ela diz que gostaria de ser um professor na escola onde estuda agora.

Marta Braga foi o último ministro da saúde competente que Portugal teve.

Narcisa Garina Estudante Benguela, Angola 1K

Vi num livro publicado pelas Testemunhas de Jeová (Seja Feliz Para Sempre!, p. 79) o seguinte título:

«Será que as Testemunhas de Jeová são cristãos verdadeiros?».

A minha dúvida é: porque é que a concordância não é/está «cristãs verdadeiras»? Afinal, quem é sujeito e quem é predicativo?

Agradeço a ajuda!

Julian Alves Estudante Rio de Janeiro , Brasil 3K

Eu vejo que na língua italiana há uma liberdade na colocação dos termos nas orações. Parece que o português também concede está possibilidade, mas eu preciso ter certeza disso.

Sabe-se que, quando se usam orações do tipo de «O homem matou o dragão», «o homem» cumpre a função de sujeito, e «o dragão», a de objeto.

Mas, se se mantiver a mesma estrutura da oração e se também se puser uma vírgula após «o homem», «o homem» cumpriria a função de objeto, e «o dragão», a de sujeito.

Até agora vimos a estrutura SVO [sujeito-verbo-objeto] e OVS [objeto-verbo-sujeito], respectivamente.

Aí vêm as perguntas:

1.ª Seria possível uma estrutura do tipo VSO [verbo-sujeito-objeto] e VOS [verbo-objeto-sujeito] como, respectivamente, «Matou o homem, o dragão» e «Matou, o dragão, o homem»? (Sem ambas as orações possuírem a retomada do objeto pleonástico)

2.ª Também gostaria de saber se é possível as estruturas SOV [verbo-objeto-sujeito] e OSV [objeto-sujeito-verbo] como se seguem, respectivamente: «O homem, o dragão, matou» e «O dragão, o homem matou»? (Ainda que ambas não sejam retomadas pelo objeto direto pleonástico)

3.ª Gostaria de saber se as vírgulas estão bem empregadas, de tal modo que nos exemplos se justifique o que é sujeito, verbo e objeto?

Desde já, meus agradecimentos.

Antonio Serdoura Reformado, ex-professor Porto, Portugal 2K

Um "conceito" de algo (seja o que for) é, por definição, singular... Assim, sendo religião um conceito antropológico, admitir o plural "religiões" será erróneo...

José Saraiva Leão Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 3K

Como se diz?

«Um pacote de biscoitos, de salsichas» ou «um pacote de biscoito, de salsicha»?

Na verdade, gostava de saber que regra é que determinava o plural nestes casos: «um pacote de bolachas», «um pacote de biscoitos»?

O plural dever-se-á ao facto de a preposição de equivaler à preposição com?

Muito obrigado!

João Almeida Estudante Portugal 1K

Como já foi escrito neste sítio, na Resposta a "Taquicardia" (dada por Carlos Rocha, 13 de novembro de 2013), o consenso académico coloca taquicardia, com o acento [tónico]em di, como a pronúncia correta.

Contudo, a minha dúvida vai no sentido de que o segundo elemento desta palavra provém do étimo grego κᾰρδῐ́ᾱ (kardíā); ao passar esta palavra para o latim científico (fonte de infinitos termos médicos), colocamo-la sob a regra da penúltima, que nos diz que a penúltima sílaba, por ser breve (a sílaba grega original é um iota breve), perde o acento, que passa para a antepenúltima sílaba.

Deste modo, o termo médico em latim científico tachychardia passaria a pronunciar-se com acento na antepenúltima sílaba, como o seu termo cognato em português, taquicardia, do mesmo modo como ocorre na pronúncia espanhola de taquicardia?

(Nota: na Resposta a "A pronúncia e o acento de ambrósia" (Carlos Rocha, 18 de maio de 2021), o iota breve de ἀμβροσία (ambrosía) também faz com que, na transposição latina, o acento passe para a antepenúltima sílaba.)

Miguel Reis de Araújo Estudante São Carlos, Brasil 2K

A palavra esports, do inglês, se refere aos esportes eletrônicos, como jogos de computador que são jogados profissionalmente em campeonatos.

Essa palavra ficaria confusa no português, visto que se confunde com a palavra esportes.

Sendo assim, qual seria a grafia correta da palavra em português: "e-esportes" (traduzindo o termo), "e-sports" (com hífen, para evitar confusão) ou com a grafia em inglês mesmo, esports (como em email)?