Tanto em física como em medicina, o termo lúmen1 tem duas formas de plural: lumens e lúmenes.
As fontes consultadas não confirmam que a forma lúmenes provenha do espanhol. É verdade que o português (com o galego) se caracterizava na Idade Média pela perda de -n- intervocálico. Contudo, este fenómeno de síncope parece ter deixado de estar ativo no final do período medieval, o que talvez explique também a facilidade com que muitos castelhanismos conservaram essa consoante nasal quando entraram no português.
Note-se, porém, que, conforme indica o Dicionário Houaiss, a primeira atestação de lúmen em textos portugueses será já do século XX, portanto, num período em que já não era operante a síncope de -n- no português e várias palavras com a consoante na referida posição entraram na língua. Acrescente-se que o -n- intervocálico ocorre noutras palavras terminadas em -en átono e com plural em -enes: pólen, pólenes. É possível que a influência castelhana tenha favorecido este tipo de plurais, mas a informação obtida não garante que a forma lúmenes se deva diretamente ao castelhano.
1 Em física, designa «[uma] unidade de medida de fluxo luminoso (símbolo.: lm) equivalente ao fluxo luminoso emitido num ângulo sólido de 1 estereorradiano por uma fonte pontual uniforme, colocada no vértice do ângulo sólido e que tem a intensidade luminosa de 1 candela» (Dicionário Priberam); na medicina, mais concretamente, na anatomia, refere-se «[à] cavidade ou canal dentro de um órgão ou estrutura tubular», sendo sinónimo de lume e luz.