Usa-se a expressão «atento o parecer», quando alguém se pretende referir a um parecer que é ponderado ou tomado em consideração no sustento de uma decisão.
Em que género fica o verbo atentar quando o substantivo é feminino? Por exemplo, com informação, ficaria «atento a informação» ou «atenta a informação»?
Que advérbios de tempo é que podem ser usados com a perífrase «ter vindo a» mais infinitivo? Os que indicam tempo passado ou presente?
Pode usar-se atualmente com a mesma locução, como em: «Atualmente tem vindo a dar-se esse fenómeno»? Pode essa perífrase denotar o mesmo que um verbo finito acompanhado da preposição a seguida dum infinitivo, sendo equivalente a «Atualmente está a dar-se esse fenómeno»?
Obrigado
Gostava de saber se a construção «Um bom amigo deve ser uma pessoa com que puderes partilhar o tempo e passá-lo bem» é correta e se poderia ser igualmente válida com presente de conjuntivo («com a que possas partilhar o tempo»)
E qual seria a explicação da razão de usar uma ou outra?
Obrigadíssima e parabéns pelo trabalho.
Devemos escrever «ora viva, sejam muito bem-vindos», ou «ora vivam, sejam muito bem-vindos»? E porquê?
Muito obrigado.
O jornal Observador envia por mail um anúncio para subscrição que começa com o seguinte título: «Nunca como agora precisamos tanto de si.»
A perceção que tenho é que não só faltam vírgulas a separar a oração «como agora», como falta um acento em "precisamos" (precisámos).
O facto parece enquadrar-se numa pandemia fonética que alastra e que consiste na pronúncia igual de tempos verbais diferentes cuja grafia é distinta: entramos/entrámos, compramos/comprámos, etc.
Creio que essa pronúncia está errada pois o acento está lá para se acentuar a sílaba. Ignorá-lo, não só prejudica a comunicação verbal, gerando equívocos de ordem temporal, como parece estar a contaminar a comunicação escrita, até junto daqueles com responsabilidades óbvias no seu uso correto.
Estou certo?
Obrigado.
Recentemente vi uma postagem nas redes sociais com a seguinte frase: «Namore alguém que acredita na ciência e defende o SUS.»
Minha dúvida é: a forma certa não seria «Namore alguém que acredite na ciência e defenda o SUS»? Ou as duas formas estão corretas?
Desde já, agradeço.
Sou estudante de Línguas, Literaturas e Culturas e, numa disciplina da área da linguística, surgiu a questão de como é que se poderá explicar diacronicamente a possibilidade da mesóclise.
Assim, qual é a história da mesóclise, desde o latim clássico até ao português contemporâneo?
Tenho uma dúvida quanto ao uso do advérbio talvez combinado com o pretérito imperfeito do subjuntivo.
Na frase «Talvez eu possa ir ao clube hoje», o verbo poder está no presente do subjuntivo porque expressa dúvida quanto ao presente (hoje, mais tarde, daqui a pouco etc).
Já a frase «Talvez eu pudesse ir ao clube ... » deve ser completada com um período temporal passado (ontem, no mês passado etc), ou a construção com hoje é gramaticalmente aceitável?
Qual é a forma correcta1?
«Como te der jeito» ou «como te dê jeito»?
Obrigado.
[1. O consulente escreve correcta, seguindo a ortografia em vigor até 2009 em Portugal. No quadro do Acordo Ortográfico de 1990, escreve-se correta.]
Carlos Nougué em sua Suma Gramatical da Língua Portuguesa escreve: “
«"Não trabalhava faz dois anos" nem remotamente nos soa correta. E, no entanto, tão incorreta como "Não trabalhava faz dois anos" é "Não trabalhava há dois anos". Pois bem, use-se o verbo fazer ou o verbo haver, não se infrinja nunca o devido paralelismo ou correspondência verbal, e escreva-se corretamente: "Não trabalha há/faz dois anos" ou "Não trabalhava havia/fazia dois anos".»
Apesar de clara, a explicação não contém tantos exemplos. Fiquei, portanto, com certas dúvidas.
Estariam corretas construções como estas – «Aquelas ideias já foram esquecidas há tempos» e «Estive nos Estados Unidos há dois anos»–, porquanto Nougué prefere, por exemplo, «Decorreram dois anos que se casaram» a «Há/Faz dois anos que se casaram», considerando esta última como figura anômala?
Obrigado.
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