Ainda «Complemento preposicional e construção de foco»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Na resposta a Jorge Botelho, em 24/6/2008, a professora Sandra Duarte Tavares deu como exemplo duas frases que valem um comentário. Ei-las:
2) «É de livros novos que a biblioteca precisa.»
3) «Do que a biblioteca precisa é de livros novos.»
Agora, o comentário: Na frase 2, verifica-se o composto expletivo «é que», que evidentemente pode ser elidido sem prejuízo do entendimento: «A biblioteca precisa de livros novos». Na frase 3, parece não ser assim. O «que», nessa frase, é um pronome que se refere a outro pronome, no caso o pronome o. Assim sendo, parece haver um de a mais no período. Talvez pudéssemos escrevê-la desta forma, para enfatizar a regência: «O de que a biblioteca precisa são livros». Ou, mais sonoramente: «Do que a biblioteca precisa são livros.»
Salvo melhor juízo.
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            O indicativo em lugar do conjuntivo
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Sempre disse e ouvi duvidar na afirmativa com subjuntivo, mas vejo numa conceituada revista hebdomadária brasileira: «Duvido que o Brasil virá a ser um grande exportador de petróleo. Ninguém sabe qual é o custo de produzir sob a camada de sal.» Esta frase foi proferida por Albert Fishlow, economista americano, que certamente a pronunciou em inglês, e traduzida por alguém depois, o que descarta os lapsos que muitas vezes se cometem na linguagem falada. Por isso mesmo, pergunto-lhes: é lícito usar o indicativo aí? Talvez o tradutor tenha optado por esse modo por haver referência futura (vir a ser), já que o futuro do subjuntivo, existente em português, seria agramatical («duvido que o Brasil *vier a ser»). Usando o subjuntivo, teria de dizer-se algo como «Duvido que o Brasil passe a ser/seja algum dia/se torne ...».
Saudações brasileiras. 
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            Sobre a elipse
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Por mais que eu tenha exaustivamente lido sobre o assunto, não consigo identificar quando uma oração está elíptica ou não. Exemplo retirado de uma das provas de concurso mais conhecidas do Rio de Janeiro, Brasil:
Qualquer canção de amor
1 – É uma canção de amor
2 – Não faz brotar amor e amantes
3 – Porém, se esta canção
4 – Nos toca o coração
5 – O amor brota melhor e antes
(Chico Buarque)
O gabarito foi o seguinte: há elipse apenas na última frase, mas não há elipse na segunda frase. É isso que eu não entendo! Por que não há elipse na segunda frase?! Ajudem-me! Obrigado.
 
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            Complemento preposicional e construção de foco
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Qual é a forma gramaticalmente correcta?
— «O que precisamos é de decisões atempadas e informadas por parte do responsável.»
— «O que precisamos são de decisões atempadas e informadas por parte do responsável.»
Ou poderão ser ambas aceitáveis?
Desde já agradeço e louvo o vosso serviço disponibilizado através do Ciberdúvidas.
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            O modo verbal depois do verbo dizer
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Na transposição do discurso directo para o discurso indirecto, o imperativo passa a ser substituído pelo modo conjuntivo. Contudo, algumas, poucas, gramáticas também referem o infinitivo (pessoal ou impessoal?).
«O farmacêutico disse:
— Espera a tua vez, menino!»
Este exemplo poderá dar origem à frase seguinte: «O farmacêutico disse ao menino para esperar a sua vez», ou «O farmacêutico disse para esperar a sua vez»?
São frases gramaticalmente correctas e a sua estrutura é própria de um registo de língua normal (padrão)?
Obrigada pela atenção.
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            A vírgula antes de cujo
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Gostaria que me esclarecessem se a frase «Há automóveis na rua, cujos proprietários estão ausentes» está ou não erradamente pontuada, uma vez que, na escrita, as orações relativas restritivas não se separam por vírgula do substantivo (ou pronome) antecedente.
Obrigado!
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            «Espero não perdermos o ônibus»
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Gostaria de saber dos especialistas do Ciberdúvidas o que acham quanto à gramaticalidade, adequação e registro da seguinte frase, dita ontem pela minha esposa, que é tcheca, mas fala excelente português: «Espero não perdermos o ônibus.» Não me parecendo tão comum dita construção, creio que usar o subjuntivo aí teria sido mais corriqueiro — «Espero que não percamos o ônibus» —, ou mais popularmente, pelo menos no Brasil, «espero que a gente não perca o ônibus».
Gosto do jeito que ela raciocinou: se o infinitivo (acredito pessoal neste caso) se usa com o verbo esperar quando o sujeito de ambas as orações é o mesmo («espero pegar o ônibus», melhor do que um estranhíssimo e talvez agramatical «espero que eu pegue o ônibus»), não se poderia usá-lo também no referido caso, apenas acrescentando-lhe a marca de primeira pessoa do plural -mos? Daí vieram-me à mente casos, na minha percepção menos freqüentes, como «Creio terem razão» (em vez de «Creio que têm/tenham razão») e por isso acho bem possível que a frase supracitada seja gramatical (e pessoalmente acho-a muito elegante, portanto espero uma resposta positiva da parte do Ciberdúvidas).
Muito obrigado pela ajuda a dirimir esta questão.
O sempre amigo do Ciberdúvidas,
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            Oração subordinada adverbial condicional e presente do indicativo
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Ao folhear um livro de Português (12.º) da nova reforma, deparei-me com o seguinte exemplo de uma oração subordinada adverbial condicional: «Se está a chover, vou de carro.»
Nunca antes tinha visto em qualquer gramática orações condicionais em que ambos os verbos estavam no presente do indicativo. A meu ver, uma oração condicional pressupõe uma dúvida/hipótese, pelo que, se o verbo que precede a conjunção se se encontra no presente do indicativo, constatar-se-á um facto ao invés de se colocar uma hipótese. Esta constatação leva a uma relação causa-efeito e não a uma condição. É a minha dúvida legítima?
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            A função sintáctica de «mandar recado» numa frase
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Na frase «ele ficou encarregado de mandar recado aos colegas», gostaria de saber qual a função sintáctica de «mandar recado». Muito obrigada.
                                    
                                    
                                    
                                    
                                        
                                            Sobre orações subordinadas e subordinantes
                                        
                                    
                                    
                                    
                                        Eu gostava de saber como classificar as orações depois de as separar em oração subordinada e subordinante. E também se se classifica a oração subordinada...
Obrigado.
                                    
                                    
                                    
                                    