Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Ortografia de palavras/Adaptação de estrangeirismos
Fernando Brega Advogado São Paulo, Brasil 5K

Vi que o uso do vocábulo etapa no sentido de «fase» é considerado galicismo pelos puristas (Houaiss). É um erro mesmo, ou um excesso dos puristas?

André Morais Engenheiro informático Lisboa, Portugal 10K

Quais as regras para a grafia do nome das marcas e modelos de produtos estrangeiros, comuns na linguagem corrente? Sei que os estrangeirismos devem estar entre aspas ou em itálico, mas como devem ser acomodados os números e versões de modelos dos produtos? Estarão correctas as seguintes grafias?

«Eu tenho um "iPod nano".»

«Ele tem um "Renault Mégane 1.5 DCI".»

Mais especificamente: dever-se-á manter a capitalização do P em "iPod"? Dever-se-á incluir nas aspas o "1.5 DCI" em "Renault Mégane 1.5 DCI"?

Vi aqui numa resposta que os nomes próprios estrangeiros já não precisam de estar em itálico ou entre aspas, como no exemplo dado do produto Word. Isso também se aplica a "iPod"?

Na grafia de estrangeirismos usados na linguagem corrente e referentes a marcas e respectivos modelos, dever-se-á manter a capitalização original dos nomes dos produtos? Escreve-se: «um "ipod" nano», ou um «"iPod" nano»? E deveremos grafar o nome composto entre aspas?

António Pereira Professor Setúbal, Portugal 4K

Antes de mais, gostaria de expressar o meu reconhecimento pelo excelente e útil trabalho desenvolvido no Ciberdúvidas.

O interesse de há muito pela língua portuguesa (sobretudo nos detalhes mais incómodos) e o facto de trabalhar na área do novo acordo levam-me a acompanhar atentamente as respostas que vão sendo dadas neste espaço e as publicações que vão saindo.

Assim, acabei de adquirir a obra Acordo Ortográfico 2011 – O Que Mudou no Português Europeu, de Isabel Lopes e Ana Teresa Peixinho. Antes de publicar no meu blogue uma apreciação, gostaria de saber também a vossa opinião em relação aos aspetos que considero menos positivos neste manual e que passo a expor.

1. Relativamente aos pontos cardeais, diz-se (pág. 24) que se mantém a maiúscula «quando se referem a regiões».

Observação: Ao contrário do AO45, o texto não refere regiões. Parece-me ser excessivamente simplista esta interpretação do «empregados absolutamente». Por outro lado, ela não explica que devamos escrever «Vou para o Norte» e «Vou para o norte de Portugal».

2. No uso facultativo de maiúsculas e minúsculas (pág. 25), apresenta-se o exemplo Praça da República vs. praça da república.

Observação: O NAO refere a opcionalidade na “categorização” do logradouro, pelo que a palavra República tem de manter a maiúscula, como acontece neste exemplo dado no texto do Acordo: Largo ou largo dos Leões.

3. Nas duplas grafias (pág. 28), para o português europeu é apresentada uma lista de exemplos que, segundo as autoras, são casos registados no VOP.

Observação: Tive dúvidas nalguns casos e fui ao VOP. Conclusão: cético, sectorização, vetor e sumptuoso (apresentados como situação de dupla grafia) têm uma única grafia em Portugal.

4. Em relação às situações de salvaguarda do c e p não pronunciado, diz-se (pág. 29) que «As consoantes c e p conservam-se também nos topónimos, antropónimos e nomes de empresas, sociedades, marcas ou títulos, para ressalva de direitos» e remete-se para a Base XXI do Acordo.

Observação: Este parece-me ser um lapso óbvio ou um erro grosseiro de interpretação, pois a Base XXI não inclui os topónimos.

5. Sobre o uso facultativo do acento circunflexo, apresenta-se (pág. 32) a possibilidade de usar fôrma e forma.

Observação: Tratando-se de um guia para o português europeu, é estranha esta “involução”, uma vez que na norma luso-africana este acento já não existia. Parece-me que esta facultatividade tem a ver com a norma brasileira.

6. Sobre o hífen (pág. 34), dá-se como exemplo de alteração sub-aquático (antes do AO) para subaquático (depois do AO).

Observação: Já escrevíamos subaquático, de acordo com o art. 7.º da Base 27 da Convenção de 45 que determinava o uso de hífen com o prefixo sub apenas «quando o segundo elemento começa por b, por h (…) ou por um r».

7. Também sobre o hífen (pág. 35) são dados como exemplos de alterações, entre outros, mini-saia vs. minissaia e bio-ritmo vs. biorrritmo.

Observação: Se por um lado minissaia já era admitido, biorritmo não era hifenizado.

Gil Henriques Estudante (Biologia) Amadora, Portugal 6K

Tenho algumas questões a respeito do correto uso de algumas palavras próprias da minha área de estudo, a biologia.

Que forma é preferível enquanto sufixo para indicar hidratos de carbono: -sacarídeo, ou -sacárido?

Lisa Garcia Gestora de informação Ponta Delgada, Portugal 60K

O uso do acrónimo p. p. para significar o conceito próprio ano é correcto? Qual a sua origem?

João G. Pais Estudante Lisboa, Portugal 7K

Gostaria de saber qual a grafia e pronúncia corretas de alguns topónimos relacionados com a Oceânia.

São eles: os países e territórios Fiji, Vanuatu, Nauru, Palau, Ilhas Marshall, Quiribáti, Niue, Toquelau e Tuvalu, e as cidades Yaren, Majuro, Tarawa, Funafuti, Alofi, Mata-Utu, Papeete e Avarua.

Se bem que, em alguns casos, a pronúncia de alguns é clara (como Palau ou Toquelau) na sua maioria julgo existir um total desencontro entre a pronúncia e a grafia em português do respetivo topónimo. Isto é, costuma-se ouvir /FIji/, mas a grafia aponta para uma pronúncia mais próxima de /fiJI/, o mesmo acontecendo com Vanuatu (/vanuAtu/ é mais comum; /vanuaTU/ é o que parece indicar a grafia) e com Funafuti.

E quanto às grafias, o que devemos fazer por exemplo com as Ilhas Marshall? Já vi escrito Ilhas Marechal aqui no Ciberdúvidas, e por vezes encontra-se Ilhas Márchal. E se existe Quiribáti e Toquelau, porque não também Iarém ou Taraua?

Entendendo a complexidade da questão, muito agradeceria a V. Exas. um esclarecimento destas questões.

Maria Matreno Professora bibliotecária Benavente, Portugal 3K

Diz o texto do Acordo, na Base XVI: «... emprega o hífen nos seguintes casos: Nas formações em que o segundo elemento começa por h: anti-higiénico/anti-higiênico... arquihipérbole...»

Assim, pergunto: devemos escrever arquihipérbole, ou arqui-hipérbole?

Alice Teixeira Professora Porto, Portugal 19K

Gostaria de saber como se lê a palavra caracterizar.

Vinicio Chechetto Psicólogo e consultor de recursos humanos São Paulo, Brasil 46K

Caros professores, tenho me servido do vosso sítio para estudar nossa amada lingua portuguesa. Acho o vosso trabalho dos mais completos e agradeço antecipadamente a resposta à minhas dúvida.
Estão corretas as escritas abaixo?

«E-mail», «e-mail», «email».

Sílvia Vianna Advogada Belo Horizonte, Brasil 9K

É facultativo o emprego do sinal de crase em expressões no plural, tais como «indiferente às suas carências», «tento às suas conversas», etc.?